O Projeto Hidroambiental de Difusão de Sistemas Agroecológicos em Propriedades Rurais da UTE (Unidade Territorial Estratégica) Ribeirão Jequitibá está em plena atividade com oficinas de educação ambiental e estruturas já em funcionamento. Com foco de atuação na comunidade da microbacia do Córrego do Marinheiro, o projeto atende os municípios de Capim Branco, Funilândia, Jequitibá, Prudente de Morais e Sete Lagoas.

Realizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e pelo Subcomitê Ribeirão Jequitibá, com apoio da Agência Peixe Vivo e execução da GOS Florestal, o projeto atua na sub-bacia do Ribeirão Jequitibá que tem seus recursos hídricos afetados por fatores como a agropecuária, o assoreamento, o esgoto, os efluentes industriais, as queimadas e as atividades minerárias que prejudicam a qualidade e quantidade de água do território.

Com o investimento de R$ 281.046,40, cujo recurso provém da Cobrança pelo Uso da Água na bacia do Rio das Velhas, o projeto contempla em seu plano de ação o cadastro e a capacitação de produtores rurais, a construção de 15 bacias de captação de água pluviais, a construção de estufa para produção de mudas e hortaliças não convencionais, a instalação de uma unidade demonstrativa de irrigação (demonstrando cinco sistemas de irrigação), as visitas técnicas/pedagógicas nas áreas da fazenda agroecológica da Embrapa de Sete Lagoas e na Epamig de Prudente de Morais, o plantio de mudas em áreas de proteção da sub-bacia do Córrego do Marinheiro, a adequação de áreas na Epamig e a manutenção da Trilha Ecológica, Banco de Hortaliças e Banco de Adubos.

Assista ao vídeo sobre o projeto:

Potencial orgânico

Região considerada polo em produção de alimentos orgânicos em Minas Gerais, em 2014, através da parceria entre Embrapa, Emater e Epamig, o projeto foi pensado pelos conselheiros do subcomitê para atender a demanda de conhecimento dos produtores rurais, através do investimento em educação ambiental. “Aqui em Sete Lagoas a gente tem pequenos grupos que já trabalham com agroecologia há muito tempo. Capim Branco, por exemplo, é um polo de produção de alimentos orgânicos de Minas Gerais. Quase todo alimento orgânico vendido no CEASA vem daqui. Então tem tudo a ver. Já é uma prática do território que precisa ser mais difundida, mais ampliada”, explica a coordenadora do subcomitê Marley Beatriz de Assis Lima.

Em 2018, o projeto entrou em fase de execução e já começaram a ser realizadas as oficinas de formação e concluída a reforma e a construção do Banco de Hortaliças Não Convencionais, da Unidade Demonstrativa de Irrigação e da Trilha Ecológica na Epamig, que desenvolve trabalhos em agroecologia desde a década de 1980, mas que, por dificuldades financeiras e operacionais, estava com o seu trabalho limitado. “Com o recurso da cobrança foi possível fazer melhorias nessas estruturas que a gente já tinha dentro da Epamig para possibilitar a transferência de informações sobre meio ambiente e educação ambiental”, relata Marinalva Pedrosa, engenheira da Epamig. Ela completa explicando que todas essas unidades são usadas como ferramentas para auxiliar na transmissão e na troca de informações sobre educação ambiental. Além da Epamig, a fazenda agroecológica da Embrapa também possui ações voltadas para pesquisas na área de produção agroecológica.

Veja as fotos da visita:

<a href="https://flic.kr/s/aHsmDS1wee" target="_blank">Click to View</a>

Trilha Ecológica: uma nova forma de se ver o meio ambiente

A Trilha Agroecológica guiada, que integra o projeto hidroambiental, incentiva o olhar para a natureza através da caminhada de aproximadamente 1km dentro de uma área de preservação ambiental da Fazenda do Campus Experimental Santa Rita, da Epamig. “Nós temos 37 árvores que foram catalogadas de natureza Melíferas, Madeireiras, Frutíferas e Apícolas. Então, eu tenho várias espécies típicas do Cerrado e de transição da Mata Atlântica para o Cerrado”, explica Maria Helena Tabim Mascarenhas, responsável pela Trilha Ecológica na Epamig. Segundo ela, podem agendar visitas para conhecer a trilha os estudantes, os produtores rurais, os monitores e os professores. As palestras serão diferenciadas de acordo com o público atendido.

Dentro do projeto hidroambiental também estão incluídos seis cursos de capacitação técnica ofertados para as comunidades da bacia com foco prioritário nos pequenos produtores, abordando assuntos como manejo sustentável das atividades agropecuárias, preservação ambiental, irrigação e drenagem, agroecologia e meio ambiente, dentre outros temas.

Para a coordenadora do Subcomitê Ribeirão Jequitibá, o projeto é fundamental para a produção e preservação de água da bacia. “Para aumentar a produção de água nós temos que investir em preservação do solo, de mata ciliar, em práticas de cultivo de práticas agroecológicas que protejam o meio ambiente e garantam sustentabilidade”, explica Marley. Nesse contexto, a mobilização e envolvimento da sociedade é importante para garantir os melhores resultados ao projeto. “Não adianta a gente fazer intervenção nenhuma, criar equipamento, fazer um milhão de obras se as comunidades não estiverem envolvidas. Elas tem que se apropriar da ideia. Se elas não se apropriarem da ideia, não terem sensação de pertencimento, elas não vão ajudar a cuidar. Então a gente tem que mobilizar a sociedade para que elas sejam corresponsáveis”, explica.

Conheça mais o projeto:

.

UTE Ribeirão Jequitibá

A UTE Ribeirão Jequitibá localiza-se no Médio Rio das Velhas (Figura 2.2). Composta pelos municípios de Capim Branco, Funilândia, Jequitibá, Prudente de Morais e Sete Lagoas, ocupa uma área de 624,08 km2 e detém uma população de 145.729 habitantes. Os principais cursos d’água da Unidade são o Ribeirão Paiol, Ribeirão Jequitibá, Córrego Cambaúba, Córrego Saco da Vida e Ribeirão do Matadouro.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Michelle Parron
*Fotos: Michelle Parron

Comentários