Na última quinta (3) e sexta-feira (4), o Subcomitê Ribeirão Arrudas, vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), promoveu o seu 1º Curso de Formação de Conselheiros. O encontro aconteceu na Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e teve como objetivo nivelar informações acumuladas por vários conselheiros ao longo dos anos na criação e construção do Subcomitê e reconhecer as ferramentas existentes para potencializar a participação social na gestão do território.
Segundo explicou o coordenador do segmento de usuários no Subcomitê Ribeirão Arrudas, Cristiano Abdanur, a ideia de promover a formação surgiu a partir de vários questionamentos e dúvidas de conselheiros que surgiam durante as reuniões ordinárias do Subcomitê. “A ideia inicial é qualificar a participação do conselheiro. Isso porque em várias reuniões e plenárias a gente vinha percebendo que, um pouco mais de entendimento da função do conselheiro, da história e competência do Comitê, era uma coisa necessária pra gente ter mais efetividade nas discussões”.
Cristiano lembrou também que os temas da formação foram amplamente discutidos durante as reuniões de junho, julho e agosto nos grupos de trabalho de Educação Ambiental (GEA) e Planos e Projetos (GPP), e aprovados em plenária do Subcomitê Ribeirão Arrudas.
Coube ao presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, introduzir a capacitação, destacando os desafios do Subcomitê Ribeirão Arrudas em meio a um contexto quase que estritamente urbano. “Nós temos que começar a fazer a cidade ter o imaginário do seu rio, porque a partir do momento que eu entendo que esse rio faz parte do meu contexto, da minha história, eu também vou criando uma cidade em função dele. E o que nós fizemos historicamente foi o contrário: nós fomos matando o rio em função de um projeto de cidade, que é esse projeto que tá aí, meio mal acabado, meio congestionado, meio desumanizado. Não tem como discutir Arrudas sem discutir um projeto de cidade”.
Veja as fotos do evento:
Na sequência, a conselheira Mércia Inês, a partir de uma visão pessoal e destacando experiências exitosas e desafiadoras de personagens históricos da bacia, apresentou a origem e o papel do Projeto Manuelzão na formação dos subcomitês, com foco na UTE (Unidade territorial Estratégica) Ribeirão Arrudas.
Fechando o primeiro dia de formação, Dimas Corrêa destacou o papel da equipe de mobilização do CBH Rio das Velhas (Fundep) no apoio às atividades dos Subcomitês, e Patrícia Sena, assessora técnica da Agência Peixe Vivo, apresentou como se deu o processo de formação e criação da agência, além de aspectos estruturais, como o que é o recurso da cobrança pela água, como se dá a sua aplicação, como ocorre a distribuição do recurso por Subcomitês e como os colegiados devem apresentar os projetos.
No segundo dia de curso, Rodrigo Lemos, doutor em geografia pela UFMG e conselheiro do Subcomitê, apresentou aspectos legais e instrumentos de gestão, com foco na análise do Plano Diretor da Bacia (PDRH), Plano Diretor Municipal e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Fechando o encontro, Márcia Marques, coordenadora adjunta do Subcomitê, e Luciana Gomes, da equipe de mobilização, promoveram uma avaliação estratégica sobre os projetos realizados entre 2012 a 2018, um balanço dos avanços do Subcomitê ao longo dos anos, os desafios no papel de fiscalização e a definição de metodologias de monitoramento e manutenção dos projetos hidroambientais na bacia.
O coordenador geral do Subcomitê, Humberto Marques, fez um balanço positivo do encontro. “Trata-se de uma demanda antiga e necessária para o aprimoramento dos conselheiros, que melhora a qualidade das discussões e propostas. A UTE Arrudas é muito peculiar, pois possui a maior população da bacia do São Francisco, não só do Velhas, e possui 96% de sua bacia com cursos d’água canalizados. Temos muitos desafios para lidar com nosso território e a participação popular é muito importante. Os conselheiros tiveram acesso a informações do Plano Diretor de Recursos Hídricos, às formas de formatação e apresentação de projetos hidroambientais e às ações de Educação Ambiental na bacia”.
Prevê-se ainda um outro momento da formação, de viés mais prático, a acontecer na segunda quinzena de outubro de 2019.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Luiz Ribeiro e Ohana Padilha
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