Vilson Luiz da Silva, diretor presidente

Texto: Renato Crispiniano

Trabalhador rural e agricultor familiar, Vilson Luiz da Silva, nasceu na comunidade rural de São Bento, no município de Cláudio (MG). Sua trajetória política começou cedo, com a participação em associações comunitárias e no movimento pastoral. Há mais de uma década compõe a Diretoria da FETAEMG. Atualmente, é presidente da entidade e também é diretor financeiro da Central de Trabalhadores do Brasil – CTB. Outra prioridade em sua trajetória são representatividades à frente de conselhos: Estadual de Política Agrícola – CEPA, da Secretaria de Estado da Agricultura de Minas, bem como de suas Câmaras Técnicas, membro no Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural da Agricultura Familiar – CEDRAF/MG, do Conselho Técnico-Administrativo da EMATER/MG, do Conselho de Administração do Senar Minas, do Conselho Curador da Ruralminas, do Conselho de Política Ambiental – COPAM/IEF, bem como de suas Câmaras, do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social, da Câmara de Trabalho Rural de Minas Gerais e da Comissão Estadual Consultiva Sindical, vinculadas à Delegacia Regional do Trabalho/MG e presidente do CAE/MG.

O papel da agricultura familiar na gestão das águas é fundamental para que o Plano Diretor de Recursos Hídricos (PDRH) da Bacia hidrográfica do Rio das Velhas se torne realidade. De acordo com a agenda verde, o setor é responsável por grande parte das atividades que envolvem, principalmente o baixo Velhas. Em entrevista, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), Vilson Luis da Silva, ressaltou a importância do plano e seu papel fundamental na relação entre produtores e Comitê.

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A gestão da agricultura familiar é fundamental para o Plano Diretor (Crédito: CBH Rio das Velhas – TantoExpresso – Bianca Aun e Lucas Nishimoto)

Para ele, a agricultura familiar é uma atividade que demanda o envolvimento familiar no empreendimento denominado pela lei da agricultura familiar. “Nós, tanto quanto a agricultura industrial, buscamos, além da agricultura sustentável, a possibilidade de melhorar a vida das famílias. Isso não somente na cadeia da produção da sustentabilidade, mas, por exemplo, no regime da economia familiar que vai além da subsistência familiar, e se faz na geração de emprego e renda. Com isso, buscamos inovações tecnológicas a respeito dos novos sistemas ambientais produtivos gerando, através deles, sustentabilidade”, disse.

Importância PDRH

Segundo Vilson, o Plano Diretor busca um equilíbrio da produção sustentável e é ele quem vai traçar as diretrizes entre a cadeia produtiva e como produzir. “Não podemos admitir mais o sistema produtivo predatório atual, por isso, é preciso ter um plano diretor como o do Rio das Velhas. Fazendo com que possam conviver o meio ambiente e as pessoas que ali vivem, produzem e geram renda. A ideia é que todos sejamos parceiros e cuidadores dos nossos rios que vêm sofrendo com a atual cultura de degradação e poluição. A agricultura quer que a sobrevivência do rio seja plena, por isso, trabalhamos para que exista harmonia no campo”, comentou.

Parceria

A cooperação com o Comitê, de acordo com o presidente, seria a de instruir e sensibilizar o agricultor. “Hoje exigimos outros parâmetros para produzir sem agredir ao meio ambiente”, disse. Outra forma que enumera é discutir que a agricultura familiar além de produzir alimentos, sobressai ao agronegócio e ao grande empreendedor. Por isso, ele acredita que os agricultores que preservam as águas e nascentes deveriam ser compensados. “Por estarmos cuidando da natureza, poderíamos ter o ‘Bolsa Verde’, uma bonificação ao agricultor que cuidar de uma nascente, encosta ou mata ciliar. Em Extrema, no interior de São Paulo, temos um bom exemplo de que isso pode dar certo. Os agricultores daquele município recebem subsídios por cuidar da água”, disse.

Para Vilson, a expectativa é trabalhar junto ao Comitê na implementação do Plano. A ideia é fazer com que todos se engajem para que ele se torne realidade e melhore a quantidade e qualidade de água da bacia. “Nosso viés é esse, nunca destruímos a natureza, pelo contrário, sempre cuidamos dela. Acreditamos que o Plano Diretor seja para isso, se as pessoas não têm consciência que o Rio tem que se respeitado, o Plano estará ai para dizer quais as propostas ideais para a melhoria da condição desses cursos d’água e da Bacia”.

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A expectativa é de trabalhar junto ao Comitê na implementação do Plano. (Crédito: CBH Rio das Velhas – TantoExpresso – Bianca Aun)

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