Está no ar, no canal do YouTube do CBH Rio das Velhas, as palestras na íntegra do Seminário “Os Dois Lados da Moeda: Crescimento Econômico x Produção de Água”, realizado em conjunto pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba.

Realizado no dia 18 de novembro, no auditório da Cemig, em Belo Horizonte, o seminário teve o objetivo do evento de debater a relação entre o crescimento econômico e a produção de água no Sinclinal Moeda (formado pela Serra da Moeda) e discutir os potenciais hídricos, pressões ambientais e impactos no território de convergência dos dois Comitês. A iniciativa foi o primeiro passo para a construção, fortalecimento e integração das duas regiões hídricas de Minas Gerais.

O Sinclinal Moeda é um sistema montanhoso com grandes reservas de água subterrânea que começa ao sul de Belo Horizonte, na divisa com Nova Lima, e segue até Congonhas. No entanto, nem só de suas belezas naturais vive a região onde encontram-se condomínios de luxo, mineradoras, uma fábrica de refrigerantes, em Itabirito e o projeto urbanístico CSul, que engloba 27 milhões de m² entre Nova Lima e Itabirito e que pretende atrair cerca de 145 mil moradores nos próximos 45 anos.

O presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, explica que o Sinclinal Moeda é um dos maiores reservatórios de água, sendo responsável por afluentes importantes das Bacias Hidrográficas dos Rios São Francisco, Velhas e Paraopeba e que por isso, é fundamental definir uma política pública de proteção para esta área. “É de extrema importância a adoção de medidas de proteção e preservação para evitar riscos de danos permanentes e de longa duração para a manutenção das suas funções ambientais, especialmente para a produção de água”, esclarece.

Polignano acrescenta que é preciso entender que não será possível ocupar todo o entorno da Serra da Moeda. É necessário realizar uma avaliação ambiental integrada da região. Além disso, também é preciso realizar um estudo quanto aos aspectos hidrogeológicos e definir um projeto de Uso e Ocupação do Solo da APA-SUL a fim de proteger suas nascentes e cursos de água.

O presidente do CBH Rio Paraopeba, Denes Martins da Costa Lott, fala sobre a preocupação dos dois Comitês com os impactos que os novos empreendimentos vão trazer principalmente para os aquíferos e nascentes da região e afirma: “Como entidades que congregam diversos setores da sociedade, poder público e usuários, o CBH Rio Paraopeba e o CBH Rio das Velhas têm a função de fazer a gestão pública dos rios e garantir a qualidade de vida no entorno das Bacias”, afirma.

Assista as entrevistas dos presidentes dos Comitês:

As palestras do Seminário “Os Dois Lados da Moeda: Crescimento Econômico x Produção de Água foram divididas em quatro painéis. O primeiro teve como tema “Formação e Aspectos Socioambientais” e teve como um dos temas debatidos a formação e os aspectos socioambientais do Sinclinal Moeda que forma uma montanha com um platô central e que é fundamental para alimentar as nascentes nas Bacias do Velhas e Paraopeba.

O segundo painel “Expansão Metropolitana e Crescimento Econômico no Sinclinal Moeda” abordou o Plano Metropolitano de Belo Horizonte, a Trama Verde e Azul e a importância de proteger os mananciais na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), agricultura sustentável e o crescimento imobiliário na região da Serra da Moeda.

“Produção de água no Sinclinal Moeda” foi o tema do terceiro painel. Foi mostrado que existem 46 Unidades de Conservação (UC) na região do Sinclinal Moeda e a importância da conservação destas áreas para a biodiversidade. Também foi mostrada a importância da integração dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos visto que a natureza sempre trabalha de modo integrado. Além disso, a Copasa apresentou no painel o funcionamento do Sistema Integrado de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Belo Horizonte e as estratégias de operação das captações nos Rios das Velhas e Paraopeba. E o SAAE-Itabirito mostrou o funcionamento da Unidade de Tratamento de Água (UTA) localizado na BR-040 e que entrou em operação em setembro de 2015.

O quarto e último painel teve como tema “Mobilização e Organizações Sociais”. Esse painel teve um momento para mostrar as discussões abordadas durante o II Seminário do Alto Rio das Velhas: Segurança Hídrica. Além disso, foram destacadas a atuação das ONGs Abrace a Serra da Moeda, Veredas e Cerrado, na luta pela preservação da água realizada por meio do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela. Finalizando o painel, a Fiemg apresentou uma palestra mostrando a Rede de Recursos Hídricos da Indústria mineira.

Encaminhamentos

Após as apresentações do Seminário “Os Dois Lados da Moeda: Crescimento Econômico x Produção de Água” os presidentes e os representantes dos CBH Rio das Velhas e o CBH Rio Paraopeba decidiram criar um documento com as discussões e as proposições oriundas do evento, que será encaminhada, ainda em novembro, para as autoridades ambientais. Tendo em vista a importância do Sinclinal Moeda para a segurança hídrica da RMBH, continuarão sendo realizadas, periodicamente, reuniões entre os dois Comitês para análise hídrica e ambiental dessa região.

Veja as fotos do Seminário

<a href="https://flic.kr/s/aHskH8u1Ye" target="_blank">Click to View</a>

Carta dos Comitês de Bacia


.

Assista às palestras na íntegra:

Panorama e Regiões de Confluência das Bacias Hidrográficas do Rio das Velhas e Rio Paraopeba
Marcus Vinícius Polignano – Presidente do CBH Rio das Velhas
Denes Martins da Costa Lott – Presidente do CBH Rio Paraopeba

 Painel 1: Sinclinal Moeda: Formação e Aspectos Socioambientais

Sinclinal Moeda: Formação e Aspectos Socioambientais
Wilfred Brandt, Diretor da Brandt Meio Ambiente e Fundação Alexander Brandt

Fórum das Águas 2016
Simone Bottrel, representante da ARCA AMASERRA

Painel 2: Expansão Metropolitana e Crescimento Econômico no Sinclinal Moeda

Plano Diretor Metropolitano de Belo Horizonte
Flávia Mourão, Diretora-Geral da Agência Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH)

Trama Verde e Azul e Proteção de Mananciais na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)
Nilo Nascimento, Professor de Hidrogeologia Urbana na Escola de Engenharia da UFMG

Agricultura Sustentável
Eduardo Nascimento, Consultor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG)

Crescimento Imobiliário
Adriano Nascimento Manetta, Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais CMI/SECOVI-MG

Painel 3: Produção de Água no Sinclinal Moeda

Unidades de Conservação
Carlos José Andrade Silveira (IEF), Engenheiro Florestal do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Mestre em Ciências Florestais – UFVJM, Especialista em Geoprocessamento UFMG

Água no Século XXI – A importância da Integração dos Recursos Hídricos
Paulo Fernando Pereira Pessoa, Hidrogeólogo

A Importância do Sistema Paraopeba-Velhas para o abastecimento de Belo Horizonte – Copasa

UTA SAAE BR-040
Heloísa França, Analista de Biologia do SAAE Itabirito, responsável pelo sistema de tratamento de efluentes do SAAE

Painel 4: Mobilização e Organizações Sociais

II Seminário do Alto Rio das Velhas: Segurança Hídrica
Ronald Guerra, Representante dos Subcomitês do Alto Rio das Velhas

Atuação da ONG Abrace a Serra da Moeda
Beatriz Vignolo, advogada e conselheira da ONG Abrace a Serra da Moeda

Atuação da ONG Veredas e Cerrado
Winston Caetano de Souza e Márcia Cristina Ribeiro, representantes da ONG Veredas e Cerrado

Uma Luta pela Água
Teca, representante do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela

Zoneamento Ambiental e Produtivo como uma ferramenta para mobilização – O caso de Rio Manso
Amarildo Kalil, Engenheiro Agrônomo da Emater MG

Rede de Recursos Hídricos da Indústria – FIEMG

Mais informações :
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

Comentários