Moradores do entorno do Córrego do Capão, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, participaram neste sábado (18 de novembro) da terceira aula de campo do Curso de Sensibilização e Educação Ambiental, focada no plantio de mudas. A ação integra o projeto ‘Diagnóstico de Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça’, promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e Subcomitê (SCBH) Ribeirão Onça.
O Córrego do Capão nasce no bairro Céu Azul e percorre os bairros Lagoa, Piratininga e Lagoinha, desaguando no Córrego Vilarinho, que foi transformado em avenida sanitária na década de 1970. Na Avenida Cristiano Machado, nas proximidades do Cristo Rei, o Córrego Vilarinho encontra com o Córrego Floresta, formando o Ribeirão do Izidora. Assim, o Córrego Capão é cabeceira do Ribeirão Izidora.
Diante da importância da região para a bacia hidrográfica do Ribeirão Onça, a comunidade local, durante o Curso de Sensibilização e Educação Ambiental, realizou o plantio de mudas ao redor de uma das nascentes situadas no Córrego.
Plantio de mudas foi tema da da terceira aula de campo do Curso de Sensibilização e Educação Ambiental. Crédito: Ohana Padilha
Sérgio André Oliveira, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, auxiliou e ensinou à comunidade as técnicas de plantio de mudas. “O plantio tem o objetivo de recompor a área que foi degradada, destruída e/ou modificada”.
Sobre a mobilização social no projeto, ele parabenizou a iniciativa do Comitê e dos moradores. “O envolvimento é muito importante, pois sozinho não fazemos nada. Vivemos em comunidade e em sociedade, e a coisa só acontece com envolvimento de todos”, refletiu.
A moradora do bairro Maria da Gloria Silva, que por lá vive há 30 anos, destacou a importância da ação para a comunidade local. “O Curso de Sensibilização é muito importante, pois estamos aprendendo a cuidar das nascentes, que é a nossa preocupação. As aulas trazem sabedoria, conhecimento e conscientização para todos e incentiva a comunidade no cuidado com o local”.
Já Roseli Corrêa, conselheira do SCBH Ribeirão Onça e professora da Escola Municipal Adauto Lúcio Cardoso, enalteceu o trabalho desenvolvido pelo Núcleo Capão desde 2003, com o objetivo de revitalizar o Córrego. “O curso é importante para a Bacia como um todo. O Córrego do Capão é o berço do Ribeirão Onça e, quando vem uma proposta como essa, é de grande interesse para a revitalização e conscientização”, disse.
Sobre os frutos do Curso de Sensibilização para os alunos da escola, Roseli informou que a ideia é mobilizar ainda mais estudantes para o cuidado com as nascentes. “Estamos às margens do Córrego e queremos motivar e multiplicar as ações de educação ambiental com as crianças”.
Parque do Conjunto Habitacional da Lagoa
Ainda no encontro, Priscila Melo Rodrigues, arquiteta e urbanista, apresentou uma proposta de projeto para a implantação de Parque Linear no local. Segundo ela, o projeto tem o objetivo de suprir uma necessidade antiga da região. “A Regional de Venda Nova é a que possui, atualmente, mais pontos de inundação e o Córrego do Capão é contribuinte direto da maioria dessas inundações. O projeto tem a proposta de manter o leito do curso d’água e preservar a área para a implantação do Parque Linear e, aliado à recuperação ambiental, construir locais de lazer e de educação ambiental com o intuito de apropriação do espaço pela comunidade local”.
Atualmente, a criação do Parque do Conjunto Habitacional da Lagoa, em Venda Nova, está no foco da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. Situada no Bairro Lagoa, a unidade de preservação conta com cerca de 16 mil m² de área verde, mas ainda não foi efetivamente implantada.
Veja as fotos do evento:
Projeto ‘Diagnóstico de Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça’
O Curso de Sensibilização e Educação Ambiental, integrante do projeto ‘Diagnóstico de Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça’, prevê 24 aulas, incluindo visitas de campo, realizadas concomitantemente nas três regiões de abrangência do projeto hidroambiental: Vilarinho, Izidora e Baixo Onça. As aulas tiveram início em agosto e seguem até dezembro deste ano.
O curso acontece paralelamente às ações de cadastramento, caracterização e georreferenciamento de nascentes urbanas nas três regiões e são complementares entre si.
Ao final, espera-se que seja um subsídio importante para garantir o cadastro e a formação de cuidadores para as nascentes já existentes e para as novas que estão sendo cadastradas nessas regiões pelo projeto hidroambiental Diagnóstico de Nascentes Urbanas na Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça.
O projeto prevê ainda as fases de elaboração de catálogo impresso com as nascentes cadastradas para distribuição pública e curso de capacitação e elaboração de um Plano de Manejo Comunitário de Nascentes a partir das ações acumuladas no decorrer do projeto, que tem duração de 18 meses. Para divulgar e compartilhar as informações sistematizadas do projeto serão realizados ainda um simpósio com a participação de professores e estudiosos de temas ligados à preservação das nascentes urbanas e um seminário de encerramento das atividades.
Todas as atividades estão sendo executadas pela NMC Projetos e Consultoria, vencedora da licitação pública promovida pela Agência Peixe Vivo.
Ribeirão Onça
O Ribeirão Onça é um afluente da margem esquerda do Rio das Velhas e tem como principais afluentes o córrego Cachoeirinha e o Ribeirão Izidora que recebe os impactos diretos da ocupação de Venda Nova e região norte de Belo Horizonte. A Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça ocupa parte da cidade de Contagem e da região norte de Belo Horizonte é considerada a que mais polui o Rio das Velhas. Sua bacia abriga mais de um milhão de pessoas e em parte dos 36,8 km de extensão do Ribeirão, tem suas margens ocupadas irregularmente, provocando a degradação ambiental ao longo do curso d’água.
Juntamente com o Ribeirão Arrudas, o Onça encontra-se na região mais populosa da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, em Belo Horizonte, Contagem e Sabará. Os ribeirões Onça e Arrudas são responsáveis pela drenagem da maior parte dos esgotos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e sofrem com a diminuição das áreas de drenagem natural e ocupação desordenada de encostas e fundos de vale, devido a sua intensa ocupação.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br
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