A história de Zita Ruas Rodrigues é marcada pela luta por uma das questões mais básicas e elementares para qualquer cidadão: o direito à terra. Moradora de uma área rural, marginal à Barra do Guaicuí, na região da foz do Rio das Velhas, a líder comunitária se destacou numa luta árdua pela reforma agrária e assentamento das comunidades da região. “Foi uma batalha muito árdua e eu enfrentei. Foi muito pesado, enfrentar polícia, audiências, viagens, mas com muita luta venci. Ganhamos a fazenda e hoje está cada um no seu lugar, com seu documento, CCU [Contrato de Concessão de Uso] todo assinado”, conta orgulhosa.

Desde 2014, Dona Zita – como é mais conhecida – integra o Subcomitê de Bacia Hidrográfica (SCBH) Guiacuí e batalha por um sonho que ela identificou há alguns anos na comunidade de Porteiras, município de Várzea da Palma: a estruturação de um viveiro de mudas no local. Mas, mais do que a construção do viveiro em si, ela busca a capacitação e empoderamento dos moradores para que eles próprios ergam e administrem o espaço, gerando, assim, renda na comunidade, principalmente junto aos jovens. “Aqui [na região] só tem até o Ensino Médio e, depois disso, eles [jovens da comunidade] ficam por aí vagando, sem ter como continuar estudando e sem trabalhar. Foi esse o motivo que me fez ingressar e me dedicar no subcomitê: ajudar a nossa juventude a constituir uma renda na comunidade, para não ser preciso sair para fora”, explica.

Dona Zita tanto batalhou que a proposta ganhou contornos de projeto no Subcomitê Guiacuí e, em 2017, foi um dos indicados no Chamamento Público de Demandas Espontâneas promovido pelo CBH Rio das Velhas. “Dediquei minha vida pelo trabalho comunitário. Ser defensora do meio ambiente é trabalhar para o bem da natureza, incentivando a sociedade para a transformação e conscientização”.

Nesse 08 de março, ela também reflete sobre o papel da mulher na luta política e social por uma sociedade melhor. “Ser mulher é saber valorizar a si própria, ter firmeza e persistência nas lutas, ter fé e perseverança diante de tantos obstáculos que a vida nos oferece”.

Veja fotos do Baixo Rio das Velhas, região em que Dona Zita vive e atua:

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Na luta pelo território

08 de março é o Dia Internacional da Mulher. A data remete a uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres em todo o mundo – especialmente entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX – por direitos sociais e políticos e melhores condições de trabalho.

Com um propósito maior do que meramente comemorar a data, e, sim, de discutir o papel da mulher na sociedade atual, o CBH Rio das Velhas irá apresentar, ao longo dessa semana, o perfil de cinco personagens mulheres que, em meio a tantas outras por essa Bacia Hidrográfica, trabalham e batalham por um território melhor.

Tratam-se de personagens aleatórios, do Alto ao Baixo Rio das Velhas, mas que simbolizam e representam o todo na luta feminina por um ambiente justo e equilibrado.


Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

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