Em parceria com diferentes entidades, o Subcomitê da Bacia Hidrográfica (SCBH) do Ribeirão Arrudas elaborou uma carta, direcionada a prefeitura de Belo Horizonte, Câmara Municipal de Vereadores e Ministério Público, propondo um eixo de ação e de discussão das águas urbanas em Belo Horizonte que permita a melhoria da drenagem, o controle das inundações e que crie espaços de encontro, sociabilidade e lazer.
Segundo os membros do Subcomitê, isso já acontece em diferentes países e Belo Horizonte não pode continuar no que seria a contramão da história, ao insistir em novas canalizações e estruturas de trânsito que não resolvem o problema e que não contribuem para a construção de uma cidade melhor, além de custarem caro.
“Tivemos notícias de que a prefeitura de Belo Horizonte contraiu empréstimos superiores a R$ 800 milhões para obras tidas de mobilidade, em geral construção de viadutos, e de drenagem sintetizada na lógica de bacia de detenção e canalização de curso d’água. Considerando tudo o que tem acontecido em Belo Horizonte, no nosso entendimento canalização de curso d’água e essas estruturas de macrodrenagem não nos ajudam a discutir cidade e a resolver efetivamente o problema”, afirmou o coordenador da entidade, Rodrigo Lemos.
Como exposto na carta, as canalizações e retificações dos cursos aumentam o risco e a frequência das inundações, já que, como a água corre mais rapidamente no canal retificado e pavimentado, ela chega com maior velocidade aos fundos de vale, tornando as inundações mais críticas. Nesse contexto, as entidades e pessoas solicitam que as obras a serem realizadas na cidade sejam fruto de um debate efetivo com a sociedade, com soluções de longo prazo, ambientalmente corretas e adequadas ao bom uso do território.
“A reflexão principal do Subcomitê e dessas instituições é que a gente tem hoje tecnologia suficiente para poder pensar outras formas. Como exemplo temos a manutenção de áreas verdes, telhados verdes, caixas de infiltração e outras tecnologias que ajudariam a disciplinar a água urbana e que, ao mesmo tempo, permitisse a criação de espaços de convívio, de lazer e uma cidade melhor”, disse Lemos.
Belo Horizonte sofreu com as inundações no atual período chuvoso. Em destaque, Ribeirão Arrudas (à esquerda) e Córrego Ressaca (à direita) à beira do transbordamento. (Crédito: Alessandro Borsagli)
Já assinaram a carta entidades como o SCBH Ribeirão do Onça, Projeto Manuelzão, BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte, Movimento Nossa BH, Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc.CBH), Comupra (Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu) e muitas outras.
Quem ainda desejar assinar a carta pode acessá-la por meio da plataforma: https://aguasemobilidadebh.wordpress.com/.
Confira a íntegra da carta:
Mais informações:
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br
Comentários