O projeto hidroambiental implementado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) nos municípios de Lassance e Várzea da Palma continua gerando frutos. Reconhecendo os benefícios das bacias de contenção na retenção de enxurradas e infiltração da água no solo, a prefeitura de Lassance, parceira do projeto, investiu na construção de outras 350 dessas chamadas barraginhas – o Comitê havia viabilizado 450.
Para o prefeito Paulo Elias, o projeto em execução pelo CBH Rio das Velhas é importante e muito positivo. “Estamos em uma região castigada pelo clima, com longos períodos de estiagem e Lassance vem buscando alternativas para que a água, nosso alimento mais sagrado, esteja presente na vida de nossa comunidade, principalmente os moradores da zona rural. Ficamos muito satisfeitos com a execução do projeto e estamos esperançosos de que os resultados serão positivos”, afirmou.
A região da UTE Guaicuí sofre com os longos períodos de estiagens. Crédito: Bianca Aun
As barraginhas retêm as enxurradas e fazem a água da chuva se infiltrar no solo. Assim, recarregam o lençol freático, que fica com o nível mais elevado. A tecnologia social, além de aumentar a disponibilidade de água na região, preserva o terreno, já que, ao conter as enxurradas, evita erosão.
O projeto financiado pelo CBH Rio das Velhas incluiu também a recomposição florestal, através do plantio de 500 mudas e o cercamento de três nascentes, em um total de 2,4 hectares. Para o cuidado com as mudas, a prefeitura de Lassance disponibilizou um caminhão pipa para a rega e está providenciando apoio pelo intermédio dos conselheiros do Subcomitê Guaicuí, Eustáquio Pinheiro, Deletina Pinto de Almeida e José Divino para que haja manutenção.
“Esse é o objetivo maior do projeto, unir as pessoas, entidades e atores locais, empoderando os mesmos, em prol de um objetivo: a melhoria da gestão dos recursos hídricos. Essa sensibilidade e compromisso com as pessoas das comunidades rurais é de fundamental importância e o efeito mobilizador é enorme”, afirmou o coordenador do Subcomitê Guaicuí, Jacqueson Souza.
Foi justamente o representante da entidade que articulou com IEF (Instituto Estadual de Florestas) o cercamento de APPs (Áreas de Preservação Permanente), com repasse de mourões e arame, em regiões beneficiadas pelo projeto do CBH Rio das Velhas. Nesse contexto, Jacqueson destacou como o projeto foi um marco para o Subcomitê. “Paramos de discutir infinitamente os problemas e começamos a trabalhar em busca das possíveis soluções relacionadas ao problema hídrico ao qual estamos enfrentando. Sei que as barraginhas não irão resolver todos os problemas, até porque são apenas um paliativo dentro do universo dos diversos fatores que estão causando essa crise hídrica”.
Jacqueson Souza esclarece ainda que o projeto está mudando a visão da região e, consequentemente, daqueles que ali vivem. “As pessoas estão percebendo que as coisas realmente acontecem quando trabalhos juntos, em prol de um bem maior”.
Prefeito de Lassance, Paulo Elias (à esquerda). Coordenador do Subcomitê Guaicuí, Jacqueson Souza (à direita). Crédito: Bianca Aun e Ohana Padilha
O CBH Rio das Velhas investiu mais de R$ 940 mil no projeto da UTE Guiacuí, que contou também com a elaboração de diagnósticos, que identificaram os principais fatores de pressão sobre a região, áreas de recarga hídrica e de intervenção, além de atividades de educação ambiental e mobilização socioambiental.
A prefeitura de Lassance investiu na construção de 350 bacias de contenção, as chamadas barraginhas. Crédito: Bianca Aun
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Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br
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