Liderado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), o Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão) reúne representantes da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), além de Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e mineradoras Vale e Anglogold Ashanti, que possuem barramentos de água na região do Alto Velhas, para pensar soluções para a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Em reunião na última sexta-feira (5), na sede do Comitê, o grupo debateu as possíveis contrapartidas que poderão ser direcionadas à Vale – em face dos impactos no abastecimento já identificados com o rompimento da barragem de Córrego do Feijão e dos riscos à bacia do Rio das Velhas em caso de novo colapso de estrutura da mineradora – como soluções contra a falta d’água na Grande BH.

Segundo o representante da Copasa, o superintendente de Meio Ambiente da empresa Nelson Guimarães, uma das possibilidades é que a Vale assuma o desassoreamento da represa da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Rio de Pedras, localizada em Acuruí, no município de Itabirito –intervenção que já vinha sendo discutida pelo Convazão há mais de um ano. “Estamos [Copasa] discutindo com a Vale um plano de emergência para o Rio das Velhas desde 2016. Até por uma questão de segurança, uma condicionante em razão de Maravilhas II [barragem de rejeito em Itabirito]. A solução não foi validada porque necessita de análise de viabilidade técnica, mas a Copasa está agilizando esses estudos”.

A represa da PCH Rio de Pedras é um dos poucos barramentos de água no chamado Alto Rio das Velhas. O lago, que poderia servir para armazenar água e contribuir para a segurança hídrica da RMBH, especialmente em períodos de estiagem, hoje se encontra em estado avançado de assoreamento e seu espelho d’água não passa de 3 metros de profundidade em alguns pontos.

A Cemig é quem opera a PCH Rio Pedras (represa à esquerda). Convazão discute há mais de um ano a viabilidade de desassoreamento do lago. Créditos: Ohana Padilha e Luiz Ribeiro 

O presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, endossou a importância e urgência para que a mineradora assuma o desassoreamento da represa e cobrou que o Comitê esteja envolvido nas discussões de solução hídrica que ocorram na bacia. “Desassorear Rio Pedras é algo imprescindível e inevitável. É também a solução mais viável do ponto de vista econômico, dado que a gente não tem alternativa locacional [para a construção de outros barramentos de água]. Do contrário, que função terá aquele reservatório? Assoreado ele não vai armazenar água para abastecimento e nem gerar energia”, falou.

Conjuntamente à ideia de se desassorear o lago em Acuruí, os representantes do Convazão discutiram a necessidade de se controlar o aporte de sedimentos advindos da bacia do Rio Maracujá, resultante da extração de topázio imperial e das muitas voçorocas presentes na região.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiz Ribeiro
Fotos: Luiz Ribeiro

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