Reunidos na última sexta-feira (3) em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto, conselheiros do Subcomitê da Bacia Hidrográfica Nascentes debateram a situação das barragens de rejeitos que ameaçam a região, as próximas ações do Programa Pro-Mananciais e a revisão da utilização de prédio do parque municipal urbano Cachoeira do Campo, hoje ocupado pela prefeitura de Ouro Preto para atendimentos de fisioterapia.
Considerada uma Unidade de Conservação (UC), o local foi criado após a empresa Vale ceder a área. Em uma das estruturas físicas, que antes funcionava como a sede do parque, a comunidade realizou um acordo com a prefeitura e concedeu o prédio, temporariamente, para implantação de um centro de atendimento especializado em fisioterapia, devido a proximidade que o local tem com a Policlínica Municipal. Segundo alguns participantes da reunião, na época a sede estava subutilizada e a prefeitura precisava de um local para implantar o atendimento fisioterapêutico para a comunidade. Porém, a população quer reaver o espaço.
“A gestão da unidade está sendo questionada porque a prefeitura está cortando as coisas [serviços] sem avisar e a comunidade acredita que isso está gerando um impacto muito grande. E, o pior de tudo, se sentiram não informados”, explica Ricardo Galeno, coordenador do Subcomitê. Com o vencimento do termo de cooperação, a população quer a área de volta. Porém, a Prefeitura Municipal de Ouro Preto argumenta que está fazendo nove mil atendimentos por ano no local e que não tem recursos para criar uma outra estrutura para prestar o serviço.
Ainda que com esforço do Subcomitê em intermediar e conciliar as partes, além esclarecer com os argumentos que todos trouxeram, foi encaminhado que será realizada uma nova reunião entre os representantes da prefeitura e da comunidade para que cheguem em um acordo que atenda ambas as partes envolvidas.
Preocupação com a segurança das barragens
Com o propósito de esclarecer os conselheiros e demais participantes do Subcomitê, após a Plenária do CBH Rio das Velhas, realizada no dia 22 de abril em Belo Horizonte, onde foi informado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) que 16 barragens não possuem o atestado de garantia de estabilidade, a coordenação do Nascentes decidiu que era importante falar mais sobre o tema durante a reunião. Para isso, a Defesa Civil realizou uma apresentação informando dados sobre as barragens e foram apresentados os “Dam Breaks”, ou seja, os mapas de inundação que mostram quais seriam os potenciais impactos e até onde poderia ir a mancha de inundação provocada pela ruptura de uma dessas barragem. “A gente fez questão de trazer essas informações para cá, para elucidar, tirar dúvidas e não deixar o pessoal divulgando coisas que não ter a ver com a realidade. E estamos mandando por email e whatsapp para todo mundo ter informação. A nossa preocupação é que, por falta de informação, o cara fale uma coisa errada, passe uma informação indevida e crie um pânico na sociedade. E não é isso que a gente quer. A gente quer trazer informação correta”, explica o coordenador do Subcomitê.
Veja as fotos da reunião:
“Oficina do Futuro” vai ouvir necessidades da população para preservação da água
Metodologia criada para tornar mais eficaz o trabalho do Programa Socioambiental de Proteção e Recuperação de Mananciais (Pró-Mananciais), as Oficinas do Futuro são atividades nas quais a Copasa faz o contato direto com a comunidade. Durante as oficinas, a população é levada a colocar os principais problemas ambientais da bacia e as soluções que ela acredita que seriam importantes para melhorar a qualidade e quantidade da água e a preservação do meio ambiente. Durante a reunião do subcomitê, os presentes foram convidados para participar e contribuir na Oficina do Futuro, que acontecerá no 24 de maio, em São Bartolomeu.
UTE Nascentes
A Unidade Territorial Estratégica (UTE) Nascentes localiza-se no Alto Rio das Velhas e possui uma área de 541,58 km², integrada pelos municípios de Itabirito e Ouro Preto. Nesta UTE, o Rio das Velhas tem 55 quilômetros de comprimento, desde suas nascentes no Parque Natural Municipal Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto, até a barragem de Rio de Pedras, em Acuruí, distrito de Itabirito. Sua área urbana com maior representatividade é Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, e seus principais afluentes são: Rio Maracujá, Ribeirão do Funil, Córrego Olaria e Córrego do Andaime.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Michelle Parron
*Fotos: Michelle Parron
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