Na data que marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, estudantes, ambientalistas, integrantes de projetos e movimentos ambientais e parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se reuniram nesta quarta-feira (5) na Ação Pelo Meio Ambiente (AMA) com a finalidade de debater a segurança hídrica no Estado, apresentar ações e iniciativas em prol da preservação da natureza e dos recursos hídricos e promover reflexões sobre o futuro que a sociedade está traçando para o meio ambiente por meio de atos culturais.

Através da iniciativa do Projeto Manuelzão, do Instituto Guaicuy e do SOS Rio das Velhas, em conjunto com a Comissão de Minas e Energia da ALMG, estiverem presentes no encontro os representantes do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, do Observatório Lei.A, do Gabinete de Crise, do Fridays for Future Belo Horizonte, do Movimento pelas Serras e Águas de Minas (MovSAM), alunos da Escola Municipal Adauto Lúcio Cardoso, os deputados estaduais João Vitor Xavier, Guilherme da Cunha e Leonídio Bouças, que integram a Comissão de Minas e Energia, e a deputada estadual Andreia de Jesus.

Para Marcus Vinicius Polignano, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e do Projeto Manuelzão, mais do que lembrar das tragédias que estão ameaçando as bacias hidrográficas do Estado, o momento serviu como uma celebração da vida em contraponto com todos os problemas ambientais que têm acontecido nos últimos anos em Minas Gerais. “A gente está na cultura de tanta morte, tanta destruição, que a gente tem que sempre lembrar que viemos nesse planeta por uma condição exatamente que o ambiente nos permitiu existir. Nós somos extremamente passageiros aqui nesse cenário, portanto, nós herdamos esse patrimônio natural, toda essa biodiversidade, toda essa riqueza hídrica e nós temos que celebrar que o ambiente é isso também. O ambiente não é um mar de lama, o ambiente não é um mar de esgoto, o ambiente não é o desmatamento”, aponta Polignano.

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Que Rio Queremos?

Recentemente o Comitê lançou a campanha anual “Que Rio Queremos?”, desenvolvida com objetivo de questionar, proteger e alertar sobre o destino que estamos dando aos nossos rios e, consequentemente, à biodiversidade e à vida humana. Para Polignano, os resultados em relação à escassez hídrica e à saúde dos nossos rios diz muito sobre como a sociedade se coloca a respeito da importância da preservação da malha hídrica. “Que Rio Queremos? Essa é a pergunta que está colocada para todos os setores, seja o produtivo, a sociedade ou o governo. O caminho que tomamos não há de se espantar com o resultado, ele é fruto daquilo que decidimos. Não adianta nem querer cobrir as verdades e nem querer ocultá-las, porque elas estão visíveis. E as águas dizem a verdade. Ali dentro está o que nós estamos fazendo. Então, não vamos nos espantar com o rio cheio de esgoto ou de lama, porque ele diz da sociedade que estamos construindo”.

Frente Parlamentar pela Água e Segurança Hídrica

Durante a audiência pública realizada no evento, além da decisão de dar visibilidade ao que foi discutido na Comissão Extraordinária das Águas da ALMG, que tem a finalidade de realizar estudos e debates sobre a situação dos recursos hídricos do Estado; propor políticas públicas que possam promover o uso racional e sustentável dos recursos hídricos do Estado, a sua proteção e conservação, e propor a atualização dos instrumentos legais sobre a matéria, foi lançada a Frente Parlamentar pela Água e Segurança Hídrica. “Hoje as outorgas são feitas de maneira irregular. A água é desperdiçada no campo, na agricultura e na mineração nem se fala. É um horror o que acontece. As próprias cidades desperdiçam quase 40% da água com problemas de distribuição, com tubulações vencidas e com modelo tecnológico que não se sustenta mais”, relata o Deputado Estadual João Vitor Xavier, vice-presidente da Comissão de Minas e Energia na Assembleia.

Segundo o deputado, outro ponto importante do encontro foi a apresentação de um projeto de responsabilidade hídrica, discutido entre a sociedade civil organizada, Ministério Público e corpo técnico da ALMG, que deverá ter um documento final substituto que contemplará as propostas de todos os envolvidos.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Michelle Parron
*Fotos: Michelle Parron

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