Uma garrafa cheia de areia e pedras, coletada daquilo do que se consegue retirar do Rio Bicudo, um dos principais afluentes do Rio das Velhas e que agoniza desde meados do período de estiagem. Ao seu lado, uma maquete que representa a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Morro da Garça, financiada após o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) ter desenvolvido o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), exigência do Governo Federal para a obtenção de recursos.

Estes dois símbolos – de fragilidades socioambientais e de iniciativas bem sucedidas implementadas – da Unidade Territorial Estratégica (UTE) Rio Bicudo foram apresentados pelos representantes de seu Subcomitê, assim como dos demais colegiados ligados ao CBH Rio das Velhas, em dinâmica que marcou o segundo dia de atividades do 9º Encontro de Subcomitês.

Segundo Luiz Felippe Maia, coordenador-geral do Subcomitê Rio Bicudo, os dois elementos sintetizam o que vivencia atualmente este importante território do Baixo Rio das Velhas. “O que vivemos lá é uma situação crítica. Problemas com o saneamento rural, uso inadequado do solo pelos produtores rurais, a monocultura de eucalipto, liberação de outorgas a reveria. Ao mesmo tempo, a ETE é um bom exemplo. Através desse PMSB, nós conseguimos aprovar junto à Funasa um projeto para 100% de esgoto da cidade e ETE funcionando. Ou seja, a água que sai de Morro da Garça e vai para o Bicudo é 100% tratada e nós temos uma adesão de 98% da zona urbana de ligação de esgoto”, disse.

A partir da reflexão sobre as principais ameaças e da agenda positiva fomentada pelos Subcomitês no território, os representantes das sub-bacias formarão grupos, amanhã (22), último dia do Encontro de Subcomitês, para detalharem os projetos de sucesso desenvolvidos em cada local para que possam ser replicados em outras UTEs.

Veja as fotos do segundo dia:

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Presente no encontro, o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, destacou a importância política da realização do Encontro de Subcomitês – uma particularidade do Comitê que amplia a participação e controle social sobre as águas – em meio a um contexto de centralização proposto pelo Estado em nível federal e estadual. “É um momento importante para a gente refletir o que foi esse ano do ponto de vista civilizatório, na agenda ambiental epara o Comitê especificamente. O que temos visto é que são poucos hoje os espaços em que a gente consegue discutir e defender a questão ambiental como num comitê de bacia, um dos últimos redutos hoje dentro do Brasil que a gente tem para a sociedade civil poder se inserir. É hora de continuarmos a ser instigantes, resilientes, e articularmos novamente as nossas forças”, disse.

O 9º Encontro de Subcomitês, realizado este ano no distrito de Mocambeiro, município de Matozinhos, teve início na quarta-feira (20) e será encerrado na sexta (22).

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Fernando Piancastelli

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