Em virtude das fortes chuvas que vêm causando transtornos em vários municípios mineiros, principalmente nas cidades banhadas pelo Rio da Velhas, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) está monitorando essas regiões, através dos Subcomitês e por contato permanente com as autoridades locais.

No Baixo Velhas, na região da Foz, as chuvas causaram alguns problemas para os ribeirinhos que cultivam às margens do rio. “O rio subiu bastante, certamente em consequência dos temporais em Belo Horizonte, mas aqui também tem chovido muito. Algumas lavouras foram prejudicadas, porém não podemos brigar contra a natureza”, disse dona Zita Rodrigues de Souza, que mora na comunidade de Porteiras, na Barra do Guaicuí – distrito de Várzea da Palma, e conselheira do Subcomitê Guaicuí.

A conselheira do Comitê argumentou ainda que muitas dessas plantações estão em Área de Proteção Permanente (APP). “Algumas pessoas simplesmente não respeitam as margens do rio, se a água sobe um pouco já causa transtornos. Sei que em várias cidades a chuva tem causado estragos, fico triste, porém aqui para a região, onde vivemos períodos enormes de seca é uma benção. A chuva que cai hoje pode melhorar de forma significativa nossa agricultura nos próximos meses. Temos que lidar com os prejuízos neste momento”, explicou Zita.

Veja as fotos do aumento do nível do Rio das Velhas:

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Segundo o coordenador da Defesa Civil em Várzea da Palma, Édson Alves, não houve nenhuma ocorrência de famílias ribeirinhas desabrigadas até o momento, ou outro tipo de incidente. “Está tudo dentro da normalidade, estamos de plantão monitorando o rio constantemente. Temos duas réguas na ponte do Rio das Velhas, a primeira nem ficou totalmente submersa ainda. Acontece que o rio estava muito baixo, como a calha dele encheu, as pessoas ficaram assustadas e muitas informações errôneas começaram a circular”, observou Édson.

De acordo com o subtenente Soares do 3º Pelotão de Meio Ambiente e Trânsito da Policia Militar, quando ocorre fortes temporais a montante, como está acontecendo em Belo Horizonte, o volume do Rio das Velhas sobe rápido na região, porém ele não demora a se restabelecer, tanto que a população ribeirinha já se acostumou com essa situação no período de chuva. “Existem muitas ocupações às margens do Rio das Velhas, portanto, quando o rio sobe essas lavouras são prejudicas, porém, esses ribeirinhos vivem em alerta e sabem dos transtornos de cultivar na vazante do rio. Mas é importante divulgar que não houve nenhuma ocorrência grave, a Polícia Militar e a Defesa Civil estão atentas para atuar em qualquer situação de risco”, comentou o subtenente.

Márcio Reis é um desses moradores que estão em alerta, privilegiado ele mora muito próximo às margens do Rio das Velhas, na Barra do Guacuí. “Meu sustento maior vem da pesca, mas tenho vizinhos que possuem lavouras e foram prejudicados, porém, eles sabem da importância da chuva e do rio cheio. Pode refletir na fartura de peixes e abundância nas colheitas durante o ano”, enfatiza Márcio.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Tiago Rodrigues

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