Realizada na última quinta-feira (06), reunião destacou a mudança de cenário da escassez hídrica da última plenária para o de chuvas e enchentes que têm assolado Minas Gerais nos últimos dias. Marcus Vinícius Polignano, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, reforçou que a enchente é natural e tem como missão limpar o rio. O problema é com o modelo de urbanização que adotamos.

Segundo Polignano, o exemplo de Raposos é bastante representativo dessa situação. “Na maioria das situações, o desenho das cidades não respeitou as manchas de inundação. Em Raposos, por exemplo, foi construído um conjunto de habitações às margens do Ribeirão da Prata. Assim, quando o Rio das Velhas vem com carga total, ele represa o Ribeirão, fazendo com que todas essas casas sejam comprometidas. Raposos foi a mais prejudicada, porque, além da região do Ribeirão, as enchentes atingiram também o centro da cidade”, explicou.

O Comitê não assistiu à destruição passivamente. Em contato com a Cemig no dia 24 de janeiro, averiguou sobre o fechamento das comportas da Represa de Rio das Pedras para evitar uma cheia ainda maior no Rio das Velhas. Renato Júnio Constâncio, representante da empresa e secretário do Comitê, explicou que o CBH trabalhou junto com a Cemig para controlar a vazão da represa e aliviar os danos causados pela cheia.

Poliana Valgas, secretária adjunta do Comitê, falou um pouco sobre porque o município de Jequitibá não foi tão prejudicado pelas chuvas. “Jequitibá é um município que tem um histórico de inundações. Nesta última, tivemos parte da cidade alagada por causa das chuvas, apesar de termos um dique de proteção que margeia o Rio das Velhas. Só conseguimos ter um plano de contingência efetivo porque organizamos um gabinete de crise quando vimos que Belo Horizonte já estava em colapso. As tomadas de decisão do poder público de Jequitibá foram muito mais efetivas porque, em tempo real, sabíamos quanto o rio estava subindo e quando ele iria alcançar a crista do dique de contenção. Esse Sistema de Alerta Hidrológico, que é operada e monitorada pela CPRM, é importantíssimo para as cidades ribeirinhas”, contou.

Valgas também destacou a importância de ampliar o sistema de alerta para outros municípios da bacia hidrográfica. “Há vários pontos de monitoramento, porém o sistema de alerta está a título, apenas, de Jequitibá e Santo Hipólito. Assim, se houvesse a ampliação do trabalho da CPRM em outras localidades talvez os municípios poderiam ter se organizado melhor e ter evitados muitas perdas”, destacou.

Assista ao vídeo do impacto das fortes chuvas na bacia hidrográfica:

Diante de tudo isso, Polignano falou sobre a nova campanha do Comitê para o ano de 2020: “Ano passado propusemos a campanha ‘Que rio queremos’. Este ano, estamos trazendo a discussão sobre a cidade e as águas. Levantamos esse tema na diretoria para discutir a questão da escassez, mas fomos surpreendidos com as enchentes. Mais do que nunca, essa discussão é necessária”, salientou.

Plano de remodelagem continua em discussão, mas já avançou

Polignano informou que o Comitê continua no diálogo com o Governo do Estado de Minas Gerais sobre o Plano de Remodelagem dos Comitês de Bacias Hidrográficas. Segundo ele, as discussões avançaram e, aquilo que apontava na direção da fusão de comitês agora propõe uma gestão conjunta. “Não somos contrários à criação de núcleos de integração. Uma coisa é integração, outra é fusão” enfatizou. A proposta será votada na CTPlan no dia 14 de fevereiro.

9º Encontro dos Subcomitês ganha vídeo

O aspecto democrático da existência dos Subcomitês foi ressaltado no vídeo sobre o 9º Encontro dos Subcomitês do Rio das Velhas, apresentado para a plenária. O encontro é realizado anualmente, e o mote do ano passado foi a campanha “Que rio queremos”.

Grupo de Trabalho de acompanhamento de barragens minerárias informa sobre suas atividades

Ênio Resende de Souza, vice-presidente do CBH Rio das Velhas e representante da Emater, comunicou as ações realizadas pelo GT de acompanhamento de barragens. Criado na última plenária, o grupo tem como missão verificar a situação das barragens de minério na região do Alto Rio das Velhas. Ele noticiou que a Vale tem atuado constantemente na verificação da situação das barragens, embora todas elas estejam em situação de risco. Informou também que o Ministério Público tem sido um grande parceiro no trabalho e que o grupo deve ir a campo para verificar presencialmente os locais, ressaltando que o papel do Comitê não é de fiscalizar, e sim de atuar politicamente para que as barragens não venham a se tornar problemas futuros.

Veja as fotos da reunião:

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Calendário de plenárias para 2020 é apresentado

O cronograma das Reuniões Plenárias para o ano de 2020 foi divulgado para os membros do Comitê presentes. Estão previstos encontros para os meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.

Plenária aprova orçamento anual da Agência Peixe Vivo

A minuta da Deliberação no 7, que dispõe sobre o orçamento destinado à Agência Peixe Vivo, responsável por prestar o apoio técnico-operativo à gestão dos recursos hídricos da Bacias Hidrográfica do Rio das Velhas, foi aprovado por unanimidade.

Comunicação do CBH Rio das Velhas em foco

A TantoExpresso, empresa responsável pela comunicação e relacionamento do CBH Rio das Velhas, divulgou o clipping das notícias publicadas entre a última plenária (outubro de 2019) e a atual. Rodrigo de Angelis deu publicidade às matérias disponíveis no site do Comitê. Entre os destaques, estão às notícias sobre a crise hídrica no Rio Bicudo e o lançamento do Podcast “Momento Rio das Velhas”, lançado em novembro de 2019.

Agência Peixe Vivo faz o balanço das ações de 2019 e divulga o planejamento para 2020 e 21

Thiago Campos, gerente de projetos da Agência Peixe Vivo, apresentou o balanço das ações realizadas no ano passado. Segundo ele, foram executados R$ 10 milhões, e 54% desse recurso foi aplicado em ações estruturais na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Dentro das ações planejadas para este ano e o próximo, estão a comunicação, biomonitoramento, treinamento para construção de estradas ecológicas, propostas para implementação de indicadores de projetos e o aprimoramento da ferramenta “SIGA Rio das Velhas”.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Leonardo Ramos
*Fotos: Ohana Padilha

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