Foi realizado, no dia 10 de junho, no Bairro Ribeiro de Abreu, às margens do Ribeirão Onça, o 9º Deixem o Onça Beber Água Limpa. O evento contou com oficinas de desenho, pinturas faciais, brincadeiras com objetos reciclados, apresentações artísticas, exposições e feiras orgânicas.

Com um stand de materiais reciclados, a professora Terla Lima da Escola Municipal Acadêmico Vivaldi Moreira, falou sobre as atividades que seus alunos produziram para a discussão da água como direito humano.

“Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos demonstraram uma forma de luta pela água. Com arte, beleza e qualidade os alunos trabalham a reutilização de objetos e materiais que iriam para o lixo. Produziram pacotes de presentes, sacolas para compras e panelinhas decorativas de latinhas. A proposta proporcionou um debate muito rico na sala de aula, que vai para além da conversa e que proporciona uma ação para o bem do meio ambiente”, refletiu Lima.

Dando continuidade à programação, Erick Sangiorgi falou sobre a Expedição “Rio das Velhas, te quero vivo”, que passou pela foz do Ribeirão Onça, em Santa Luzia. Sangiorgi contou para os presentes sobre a experiência em navegar pela região do Alto Rio das Velhas em um caiaque e ressaltou que a expedição foi a primeira ação realizada pelo Programa Revitaliza, idealizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e pelo Projeto Manuelzão.

O evento foi idealizado pelo Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (COMUPRA) e contou com a parceria do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Subcomitê Ribeirão Onça, Instituto Guaicuy, Projeto Manuelzão, Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas.

“Água limpa nos rios: direito humano” foi o tema do 9º Deixem o Onça Beber Água Limpa

“O nosso sonho é simples. É sentar na beira do rio com uma varinha de bambu e pescar um lambari”, conta Itamar de Paula Santos, morador do Ribeiro de Abreu há 35 anos, colaborador do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (COMUPRA) e conselheiro do Subcomitê Ribeirão Onça, sobre o seu sonho de ver o Ribeirão Onça cheio de vida.

Na beira do Ribeirão, Santos falou sobre o movimento Deixem o Onça Beber Água Limpa, das conquistas para a implantação do Parque do Onça e sobre o direito humano em ter água limpa.

O Parque do Onça é um projeto conceitual que representa as várias conquistas sociais da comunidade local e que reivindica a relocalização das famílias que estão em áreas de risco, interceptação de 100% dos esgotos da região, construção do novo acesso ao Ribeiro de Abreu e municipalização da rodovia MG-20.

O Parque terá a função de promover a melhoria ambiental e da qualidade de vida da população, ao converter as áreas situadas às margens do Ribeirão do Onça em espaços públicos voltados ao lazer, prática de esportes e educação ambiental. Também irá proteger áreas críticas vulneráveis às inundações do Ribeirão e recuperar a mata ciliar com o plantio de árvores.

Nesse contexto, Santos informa que o local escolhido para a nona edição do evento é um marco. “Aqui, foram retiradas famílias que moravam em situação de risco e isso é um momento de conquista para a comunidade. O que está acontecendo aqui hoje é mais um passo no sentido de mudar a relação com o rio e é entregar a ele um espaço que é dele”.

Ricardo Andrade, vice-presidente do Comupra, fala sobre o tema do evento – Água limpa nos rios: direito humano – “O tema é pertinente, pois quando discutimos políticas públicas falamos sobre a ideia de controle social e vemos isso aplicado à toda bacia do Ribeirão Onça. Lutamos pela água limpa do rio, pelo esgoto tratado, moradia digna e isso é tudo garantia constitucional do Direto Humano”, refletiu Andrade.

Veja as fotos do evento:

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A UTE Ribeirão Onça

A Unidade Territorial Estratégica Ribeirão Onça localiza-se no Alto Rio das Velhas e é composta pelos municípios de Belo Horizonte e Contagem. A Unidade possui uma área de 221,38 km2 e sua população chega é de 1,3 milhões de habitantes. Os principais cursos d’água da UTE são o Ribeirão do Onça, Ribeirão da Pampulha, Córrego da Ressaca, Ribeirão do Cabral, Córrego São João e Córrego da Isidora.


Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

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