Para finalizar a Semana do Rio das Velhas 2019 e comemorar os 21 anos de atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), diversas atividades culturais e de educação ambiental foram realizadas, no último sábado (29), no município de Lassance, no Baixo Rio das Velhas. Doações de mudas, degustação de produtos da culinária local e apresentação das ações do Comitê na região de Lassance marcaram o encontro, ocorrido no Memorial Carlos Chagas.

O evento começou com um café da manhã coletivo. Na sequência, o mobilizador do CBH Rio das Velhas, Élio Domingos Neto, falou sobre a atuação do Comitê no Baixo Rio das Velhas. “Hoje, encerramos a Semana do Rio das Velhas, mas também comemoramos os 21 anos do Comitê e ainda estamos em ritmo de campanha institucional, uma mobilização social imensa com o tema ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’”, disse Élio, acrescentando que dentre os serviços realizados no município, o mais importante é o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). “Lassance sofre com o abastecimento de água e também com a questão do esgoto sanitário, então o andamento desse plano é de suma importância para o município. Inclusive, hoje vou entregar para o prefeito um mapa do saneamento da cidade, que mostra a realidade de abastecimento e armazenamento de água de cada bairro e comunidade rural”, concluiu o mobilizador.

Segundo o prefeito de Lassance, Paulo Elias, tanto o mapa de saneamento como o PMSB são de suma importância para o município. “A gente acolhe estes trabalhos com muita alegria, pois sabemos da importância de cada um deles. Há anos o CBH Rio das Velhas trabalha pela recuperação dessa bacia tão importante para as nossas vidas. Estamos felizes por termos sidos contemplados com o encerramento da Semana do Rio das Velhas. Uma semana de grande importância, para as populações ribeirinhas, para o próprio rio e para Lassance. Temos muito a comemorar, porém não podemos relaxar, pois ainda existe muito serviço pela frente”, observou o prefeito.

Veja as fotos do evento:

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Após a fala do executivo, o médico, ambientalista, escritor e professor universitário, Apolo Heringer Lisboa, criador do Projeto Manuelzão, realizou uma palestra bastante empolgante. Segundo o próprio convidado, o público presente o deixou entusiasmado. “Tudo que acontece aqui hoje parece um ‘Festivelhas’, com as manifestações artísticas, as crianças, os idosos e a cultura local. Todos demostrando o amor pelo Rio das Velhas, mas também estamos lamentando a situação que o rio está atualmente. O grito aqui hoje é um apelo pela revitalização do rio, no sentido que haja uma economia compatível com a vida, pois enquanto a economia for de exploração, ela será incompatível com a vida e com o Rio das Velhas”, desabafou Apolo.

O professor aproveitou a oportunidade para parabenizar o CBH Rio das Velhas pela campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’. “O tema foi bem proposto, pois faz uma pergunta e força a pessoa a pensar, uma maneira interessante e inteligente de despertar a consciência e gerar conversas, para discutirmos que rio queremos”, disse.

Para o aposentado Gerson Ribeiro, o evento foi um sucesso. “Nasci na barranca do Rio das Velhas e como voluntário gostaria de agradecer a todos que estiveram aqui e realizaram essa festa maravilhosa. A criançada feliz, os jovens participando e a inclusão dos idosos, coisa linda de assistir. Como filho de Lassance vou continuar a apoiar manifestações como essa, nosso pedido é que o comitê continue nesta batalha conosco. Por isso, importante a presença das crianças hoje. Acredito que elas irão cuidar melhor do Rio das Velhas, pois minha geração e a atual não soube”, pontuou Gerson.

Como parte da programação, o engenheiro sanitarista e ambiental, Alvânio Ricardo Neiva Júnior, em parceria com o CBH Rio das Velhas, apresentou um alternativa sustentável, para tratar o esgoto sanitário doméstico. “O Brasil tem um dificuldade enorme quando se fala em esgotamento de esgoto sanitário, principalmente na área rural. Há realidade atual de muitas cidades do interior é a fossa negra, altamente poluente. Nossa alternativa é o biodigestor, uma tecnologia simples de baixíssima manutenção, de fácil instalação e com custo benefício viável. Ele obtém dois produtos após o tratamento, uma água em condições de uso para irrigar jardins e gramados, além de um biossólido, um lodo que sai estabilizado, sem cheiro e inerte, sem organismos patogênicos”, explicou Alvânio.

Durante o evento houve apresentações do Coral de Flautas da Escola Municipal José Evangelista e da Camerata Municipal de Violões, ambos de Várzea da Palma, do grupo de Folia de Reis de Lassance e a distribuição de vários brindes.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Tiago Rodrigues
Fotos: Tiago Rodrigues

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