Reformado em 2010, o Parque Ecológico Roberto Burle Marx, localizado no Barreiro, região do Barreiro da capital mineira, é uma boa pedida para quem procura contato com a natureza e tranquilidade. Também conhecido como Parque das Águas, a unidade integra o complexo ecológico da Serra do Rola Moça, fazendo limite com a Área de Proteção Especial (APE) do manancial Barreiro.

O Parque Burle Marx possui uma área aproximada de 176 mil metros quadrados, o que possibilita um amplo contato com os elementos naturais. Nesse espaço é possível ver algumas nascentes, lagos e o córrego do Clemente, afluente do Ribeirão Arrudas.

“O parque possui importância fundamental, não só pelo fato de possuir as principais nascentes do ribeirão Arrudas, mas por contribuir para o abastecimento de água para a cidade de Belo Horizonte, como já sabia a comissão construtora da capital há cem anos. Suas águas vertem da Serra do Rola Moça com a qualidade atual que sempre teve. Um rio necessita de seus afluentes bem conservados e vivos. Cada nascente e cada afluente do ribeirão Arrudas merecem ser preservados para que as futuras gerações possam usufruir, assim como fazemos agora”, destacou o coordenador do Subcomitê Ribeirão Arrudas, Humberto Martins, que trabalha na Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

O Parque das Águas também é conhecido pela sua fauna. Diferentes espécies de aves habitam o local, como a Tiê-Sangue, símbolo da Mata Atlântica, tucanos, pica-paus, corujas, sanhaços e sabiás. Outros animais de fácil percepção são os gambás e micos-estrela.

O espaço conta, ainda, com uma variedade de infraestrutura de lazer, ideal para as crianças e adolescentes. Há no local um campo de futebol, quadra esportiva, jardins para piquenique, área para caminhada, academia da cidade e trilhas.

Dentro do Parque das Águas funciona a Coonarte, uma cooperativa de costureiras que utiliza retalhos de tecidos, aparas de couros e outros materiais para promover a preservação do meio ambiente por meio da reciclagem. A Coonarte teve o apoio da Secretaria Municipal da Coordenação de Gestão Regional Barreiro, visando gerar renda para os moradores da região.

O Programa Escola Integrada, da Prefeitura de Belo Horizonte, também tem vínculo com o parque. O projeto, ativo em quase todas as escolas municipais da capital, tem como objetivo realizar atividades com os alunos em outros espaços da cidade, que contribuem efetivamente no seu desenvolvimento. Os alunos das escolas municipais Antônio Mourão Guimarães, Dinorah Magalhães Fibra e Ana Alves Teixeira, passam pelo parque quase todos os dias para realizar atividades relacionadas à música, dança, teatro e esporte.

O Parque abriga as principais nascentes do Ribeirão Arrudas (à esquerda). Atividades de lazer acontecem para a comunidade do entorno (à direita). Crédito: Bianca Aun

Além disso, há o Grupo de Escoteiro Parque das Águas (98ª GEPA), que foi criado em 2007 em busca de proporcionar ações e desafios aos jovens da região. Com o apoio da diretoria do parque, o grupo de escotismo segue todas as normas e regulamentos da União dos Escoteiros do Brasil. Segundo Viviane Inácia de Abreu, assistente do ramo Lobinho, que atende crianças de 7 a 11 anos, o escotismo é acima de tudo um movimento educacional. “O Parque das Águas é um espaço lindo, que depende muito da conscientização das pessoas que frequentam o local. Nosso trabalho é ensinar o respeito e o cuidado sobre o meio ambiente para os jovens”, declara.

O acesso ao Parque Ecológico Roberto Burle Marx se dá pela Av. Ximango, 809 – Flávio Marques Lisboa (Barreiro). O horário de funcionamento é das 7h às 18h, de terça-feira a domingo. Entrada gratuita. Informações: (31) 3277-5968.

A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) recomenda que, antes da visita ao local, a vacina contra a febre amarela seja tomada dez dias antes e é necessário levar o cartão de vacinação para a sua comprovação.

Confira as fotos do Parque:

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Histórico

Importante pela sua representatividade na preservação do meio ambiente, o Parque das Águas é, ainda, reconhecido na história política de Belo Horizonte. Dentro dos seus 176 mil m², o espaço abriga a antiga “Casa de Descanso do Prefeito”.

Construída em 1922, o prefeito da cidade e a primeira-dama iam para a casa nos fins de semana descansar. Além deles, convidados aproveitavam das piscinas, sauna e o cenário natural da Serra do Curral. O espaço, ainda, contava com uma capela, vestiários e lavanderia. A construção foi realizada no formato do Palácio dos Governadores, que também ficava no Barreiro, até a construção do Palácio da Liberdade.

A Cada de Descanso do Prefeito foi extinta em 27 de setembro de 1976 e dez anos depois se tornou na “Cidade do Menor”, instituição destinada a receber crianças e adolescentes em risco social. Foi apenas em dezembro de 1994 que, por meio da Lei 6.804, foi criado o Parque Burle Marx.

Quem foi Roberto Burle Marx?

Natural de São Paulo, viveu parte da sua vida no Rio de Janeiro, onde estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes. Roberto Burle Marx começou sua carreira de paisagista em 1933, mas foi em 1934 que se tornou diretor de parques em Recife e focou em espécies tropicais, como vitória-régia e a flora típica da caatinga. As suas obras são reconhecidas internacionalmente, dentre as principais se encontram os jardins do conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte.


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