A Câmara Técnica de Outorga e Cobrança (CTOC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) se reuniu, na tarde da última segunda-feira (25), para discutir o processo de outorga solicitado pela a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP), que visa a canalização de trecho do Ribeirão Arrudas, às margens da Avenida Tereza Cristina.
A intervenção solicitada pela SUDECAP, da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOBI), visa amortizar as vazões e contribuir com o sistema de reservatório para o controle de cheias. “A obra garante que com o crescimento urbano e com a consequente impermeabilização do solo, fato que contribui com o aumento da vazão superficial, que a bacia não jogue o problema a jusante do curso d’água”, explicou Weslei Rezende, representante da SUDECAP.
Sobre a canalização de trecho do Ribeirão Arrudas, Rezende explicou que pelo local ser aterro vê-se necessária a obra. “O local é área de aterro, onde não é possível fazer um controle tecnológico. Assim, quando há uma cheia, ele carrega aquele tanto de material para dentro do leito do córrego, causando inundações, onde a água obstrui e sai do leito natural”.
O representante da SUDECAP também informou que a proposta é de canalizar 635 metros em seção retangular revestida com colchão de malha hexagonal de dupla torção, lastro de rachão e fibra geotêxtil. Ainda segundo ele, “o crescimento urbano é tão grande que temos a necessidade disso [canalização] como solução técnica e viável”.
Para Cecília Rute, conselheira da CTOC e do Subcomitê Ribeirão Arrudas, a canalização não é solução. “Porque não manter o Ribeirão Arrudas em leito natural? Agora, se a gente conseguisse fazer o Parque Linear, aí seguraria a água, pois só onde é canalizado o Arrudas é que acontecem as cheias”, ressaltou.
Veja as fotos da reunião:
Parque Linear Ribeirão Arrudas
Como boa solução para conter as inundações ao longo de córregos e rios, os parques lineares ainda são uma realidade distante. Exemplo disso é o Parque Linear Ribeirão Arrudas, implantado em 2009, porém ainda não foi criado pelas autoridades municipais.
De acordo com Rodrigo Lemos, coordenador da CTOC, o trecho considerado para a criação do parque é de 2.700 metros de leito natural do Ribeirão Arrudas. Vale ressaltar que o Parque Linear Ribeirão Arrudas em questão é próximo do empreendimento em análise.
Para Lemos, a criação do parque é importante para a bacia e para a comunidade que vive no local. “Os equipamentos de lazer público e as estruturas verdes sempre ficam em segundo plano no debate. Podemos reafirmar no processo que a garantia do parque é importante não apenas para a bacia, mas também para a sociedade no entorno fragilizada de todos os equipamentos verdes”, destacou.
Os membros da Câmara Técnica definiram que farão uma visita ao local, na segunda-feira (08), para conhecerem e analisarem o atual cenário. Após deliberação dos conselheiros do grupo, a outorga vai para aprovação da plenária do Comitê.
CTOC
As Câmaras Técnicas são colegiados formados a partir das instituições que compõem a Plenária do CBH Rio das Velhas. Elas refletem o modelo de organização paritário do Comitê e tem como finalidade discutir com o tempo e a dinâmica que julgam necessárias as discussões temáticas, técnicas e complexas.
A Câmara Técnica de Outorga e Cobrança (CTOC) é responsável pela análise dos processos de outorga, assim como pela discussão das fórmulas e valores da cobrança pelo uso da água.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Ohana Padilha
Fotos: Ohana Padilha
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