Talita Silva é professora do departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tanto nas aulas que leciona, quanto nos seus trabalhos de pesquisa acadêmica, uma ferramenta tem se mostrado de fundamental importância e suporte: o sistema de informações SIGA Rio das Velhas, desenvolvido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas).

“Minhas experiências de utilização do SIGA Rio das Velhas foram de dois tipos: na minha disciplina, quando propus ao alunos de Engenharia Ambiental um estudo sobre o enquadramento dos corpos hídricos no Alto Velhas, e na minha pesquisa, em um projeto que também trata do enquadramento dos corpos d’água no Alto. Em ambos os casos, foi possível obter informações e gerar mapas com as variáveis requeridas, o que facilitou e contribuiu para o aprofundamento tanto do estudo realizado pelos alunos, quanto da pesquisa que estou desenvolvendo”, contou.

O SIGA é um software digital que permite a gestão do conhecimento produzido e o acesso de forma abrangente e colaborativa ao conjunto de informações a respeito da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Para a professora Talita Silva, a plataforma traz uma grande contribuição, pois reúne informações importantes e permite um acesso fácil e rápido a elas. “É um sistema intuitivo, pelo menos para quem tem alguma experiência com softwares SIG, e o principal: dá acesso à informação sobre os recursos hídricos na bacia do Rio das Velhas de forma centralizada. A gestão dos recursos hídricos possui muitas interfaces com outras áreas e eu acredito que essa seja uma, embora não a única, das razões pelas quais as informações e dados essenciais a uma boa gestão dos recursos hídricos em geral encontrarem-se dispersas, de difícil acesso ou mesmo inacessíveis”, explicou.

Atualmente, a professora desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de gestão de recursos hídricos, modelagem integrada de bacias hidrográficas, modelagem e monitoramento de corpos d’água em meio urbano e rural e qualidade das águas urbanas. Nesse contexto, ela destacou a importância das ferramentas de consulta manterem sempre as informações atualizadas, como ocorre com o SIGA. “Dados sobre outorgas e usos insignificantes precisam ser atualizados constantemente e, sempre que possível, aumentar os número de informações e dados disponíveis”, finalizou.

Talita Silva (acima) apresenta o SIGA Rio das Velhas em aula no departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG. Em baixo, comitiva dos CBHs dos Rios Araguari e Paranaíba e da ABHA visita a Agência Peixe Vivo para conhecer a plataforma. (Fotos: Fernando Piancastelli e Ohana Padilha).

Outro usuário da plataforma é a empresa Irriplan Engenharia, especializada na elaboração de projetos e estudos relacionados com irrigação, agropecuária, meio ambiente, recursos hídricos, hidráulica, uso da terra e recuperação de áreas degradadas. “Utilizamos o SIGA Rio das Velhas para consultar dados sobre a Bacia e, assim, realizarmos um melhor detalhamento em nosso trabalho. O sistema é de fácil acesso e possui muitos dados interessantes. Faço pós-graduação e já divulguei o SIGA para a minha turma”, afirmou a responsável pela área de geoprocessamento da empresa, Izabelle Ferreira.

Além disso, no início de 2018, membros dos Comitês das Bacias dos Rios Araguari e Paranaíba e da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas (ABHA) visitaram a Agência Peixe Vivo a fim de conhecer o modelo da plataforma SIGA Rio das Velhas.

O membro do CBH Araguari, Sylvio Luiz Andreozzi, falou sobre a expectativa na criação de um sistema de informação para a Bacia do Rio Araguari. “A ideia de implementação de um Siga na bacia do Araguari está sendo gestada há um tempo. Visitamos a Peixe Vivo para ver o que deu certo e o que não deu no SIGA Rio das Velhas. Como o investimento para um o desenvolvimento de um sistema é alto, não podemos errar”, afirmou.

O sentimento do membro do CBH Paranaíba, Luiz Humberto de Freitas Souza, é o mesmo. “Desenvolver um sistema não é fácil. Estamos começando do zero e ter um modelo, como o do SIGA Rio das Velhas, é importante para evitar erros”, disse.

SIGA Rio das Velhas

O Sistema de Informações do Rio das Velhas (SIGA Rio das Velhas) é uma plataforma tecnológica para auxiliar no processo de gestão do conhecimento produzido sobre a bacia do Rio das Velhas, permitindo o acesso às informações de forma abrangente, interoperável e colaborativa.

As soluções desenvolvidas possibilitam o armazenamento, publicação e manutenção dos dados produzidos na elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, dos dados de acompanhamento das outorgas de uso da água (emitidos para a bacia do Rio das Velhas) e, também, dos dados geográficos da bacia. O sistema também permite gerir os conteúdos dos usuários e das ferramentas que compõem a plataforma, permitindo a difusão de informações e conteúdos por meio de uma sala de situação que será futuramente implantada pelo CBH Rio das Velhas.

O desenvolvimento do SIGA Rio das Velhas se deu em conjunto com os diversos atores responsáveis pelos processos de gestão hídrica como usuários de água, poder público e sociedade civil.

Para o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, a ferramenta tem o objetivo de empoderar a sociedade a respeito do Rio das Velhas e de suas características, auxiliando, assim, na gestão dos recursos hídricos. “A ideia é mostrar que as escolhas que se faz no território da Bacia são decisões que implicam em resultados futuros. Assim, quanto mais informação a sociedade tiver, consequentemente teremos uma sociedade mais crítica e consciente na tomada de decisões” explicou.


Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

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