Na reunião do Subcomitê Águas da Moeda, ocorrida na terça-feira (29), foi apresentada pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. Atualmente, devido a sistemas de esgotamento clandestinos na rede de águas pluviais da região, o esgoto tem atingido a Estação Ecológica de Fechos.

Túlio Monteiro, engenheiro de operação da Copasa, apresentou as obras que serão feitas para ampliar a capacidade de tratamento da ETE. Segundo ele, a capacidade atual da estação é de 18,5 litros por segundo, enquanto a vazão média de efluentes é de 21 litros por segundo.

O projeto de implantação da nova ETE já está pronto e foi orçado em R$ 12 milhões. A nova capacidade será de 50 litros por segundo, o que seria suficiente para a vazão atual, além de já prever o crescimento populacional da região. A obra está prevista para 2020.

Para Túlio, a troca da administração pública a cada quatro anos causa uma mudança na maneira de gerir os recursos públicos e, como consequência, acaba impactando no andamento dos projetos. “Saneamento é projeto de longo prazo. Quando se enxerga uma área para atender, é necessário fazer a projeção do crescimento populacional. É preciso enxergar o futuro – e não é o futuro do ano que vem, é um futuro de 20, 30 anos, e às vezes essas mudanças de administração interferem nesse planejamento. ”

Essa área de esgotamento é do início de 2007 e já passou por uma ampliação, que aumentou a capacidade de nove para 18,5 litros por segundo. Porém, no início da expansão do bairro Jardim Canadá, muitas residências conectaram sua rede de esgoto diretamente na rede pluvial, que é inadequada pois não passa pela estação de tratamento. Dessa forma, o esgoto tem chegado à Estação Ecológica de Fechos, contaminando as águas.

“Com relação às indústrias do Jardim Canadá, da mesma forma que temos uma população deseducada, nós temos um empresariado igualmente deseducado. As indústrias não têm feito o pré-tratamento obrigatório e jogam a carga orgânica direto para a estação” comentou.

A situação é crítica. Para os membros do Subcomitê, mais ações devem ser feitas no sentido de identificar urgentemente as falhas na coleta dos efluentes, a fim de que o meio ambiente seja preservado. Para Júnia Borges, conselheira do Subcomitê, o trabalho de caça-esgoto é essencial para que as ações atinjam a raiz do problema. “É preciso fazer um trabalho de ir de casa em casa. Como ficou muito tempo sem uma rede pública de esgoto, as pessoas conectaram seus efluentes diretamente na rede pluvial. Como subcomitê, devemos cobrar mais uma vez a solução dessa situação de calamidade”, enfatizou.

Vale salientar que a Copasa não possui a concessão para tratamento de esgoto do município de Nova Lima, apenas dos bairros Jardim Canadá e Vale do Sereno.

Veja as fotos da reunião:

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Aplicativo auxilia na identificação de nascentes e cursos d’água em Nova Lima

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Nova Lima lançou, este ano, um programa visando a recuperação de nascentes no munícipio chamado “Águas que valem ouro”. Para facilitar o mapeamento, Flávio Elói, especialista em geoprocessamento e funcionário da secretaria, criou um aplicativo através do qual os moradores do munícipio podem informar à prefeitura o local onde se encontra a nascente.

Flávio sublinha que “quem conhece verdadeiramente o território são as pessoas que moram na região. Dessa forma, precisamos ter a população como parceira. A ideia foi fazer um aplicativo tão simples que qualquer pessoa pode manipular ”.

O aplicativo conta com uma ficha cadastral de nascentes cujas informações são depois depuradas e verificadas pela Secretaria de Meio Ambiente. Flávio enfatizou que parcerias são bem-vindas e o Subcomitê já manifestou interesse na colaboração e em contar com os dados obtidos pelo aplicativo, que está disponível para Android e Web.

Subcomitê elege nova coordenação

Júnia Borges, Coordenadora de Projetos do Instituto Cresce, foi eleita por unanimidade como nova coordenadora do Subcomitê das Águas da Moeda. O subcomitê esteve sem coordenador desde setembro.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Leonardo Ramos

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