O Subcomitê Rio Itabirito, vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), se reuniu na manhã da última quinta-feira (13), para discutir o projeto hidroambiental de Diagnóstico de Propriedades Rurais na Sub-bacia do Ribeirão Carioca, e promover um planejamento estratégico da entidade para o ano de 2019. O encontro foi o último de 2018 e aconteceu na comunidade de Ribeirão do Eixo.

A equipe da Myr Projetos Sustentáveis, empresa contratada para a execução do projeto hidroambiental, apresentou as ações que serão realizadas e que terão como objetivo principal subsidiar a implementação de pagamento por serviços ambientais aos proprietários rurais da região. São cinco as etapas que compõem o projeto: Plano de Trabalho; Diagnóstico das propriedades rurais da sub-bacia do Ribeirão Carioca; Metodologia para Pagamento por Serviços Ambientais; Plano de Recomendações Individuais para Produtores Rurais para Aumento da Demanda Hídrica e Conservação da Sub-Bacia do Ribeirão Carioca; Relatório Final de Mobilização Social e Educação Ambiental.

“O Programa de Águas Integradas (PAI) é um projeto macro que está sendo desenvolvido em etapas e a que será realizada pela Myr. É mais um pontapé para o pagamento pelos serviços ambientais. Os conselheiros, assim como o proponente, que foi a prefeitura de Itabirito, aguardavam ansiosos pela assinatura do contrato e início das atividades. Agora é ir à campo e executar as atividades propostas”, comentou a coordenadora do Subcomitê, Heloísa França. O PAI é, ainda, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Itabirito. A contratação do estudo, financiado pelo CBH Rio das Velhas, é fruto do apoio do SCBH Rio Itabirito nas ações do programa, sendo mais um pontapé para o pagamento pelos serviços ambientais, aventado pela prefeitura futuramente.

Além disso, foi criado um Grupo de Trabalho para acompanhar e aprovar os produtos a serem desenvolvidos pela empresa contratada, inclusive na parte de comunicação que serão criados. “Importante a criação do grupo de acompanhamento para conhecimento e avaliação dos produtos antes da entrega final, para que sejam desenvolvidos em consonância com a proposição do Subcomitê. Tenho certeza que será um sucesso esse trabalho”, complementou França.

Um Grupo de Trabalho foi criado para acompanhar e aprovar os produtos a serem desenvolvidos pela empresa contratada. (Fotos: Amanda Eduarda)

Planejamento estratégico

Foi desenvolvido e apresentado na reunião, pelo mobilizador Jeam Alcântara, um planejamento de ações para o próximo ano. O calendário, que foi aprovado, foi estruturado, inicialmente, com quatro linhas de ação. Para o mobilizador essa definição é importante para que no fim do ano seja realizado um balanço das atividades desenvolvidas. “Estruturar um planejamento com ações facilita a organização das atividades e que elas não fiquem dispersas. Além de ter uma noção do que realizamos durante o ano”, afirmou. Veja o cronograma inicial.

“Criar linhas de ação com temas prioritários para definição e acompanhamento das ações para 2019 será a inovação do próximo ano deste Subcomitê na gestão das águas da bacia do Itabirito”, reforçou a coordenadora.

A reunião realizada foi a última do ano de 2018. Heloísa França agradeceu a participação dos convidados nas reuniões. “Posso dizer que fechamos 2018 com chave de ouro em mais uma reunião itinerante com um público tão grande, além dos conselheiros. Além da receptividade da comunidade de Ribeirão do Eixo, os itens discutidos foram intensos e de grande importância. Iniciar mais um projeto custeado pela cobrança considero um avanço na gestão da bacia do Itabirito e isso demonstra que os membros desse Subcomitê trabalham em sintonia para a melhoria da bacia. A organização e o comprometimento dos membros devem ser levados como exemplo para toda a bacia”, finalizou.

Foi desenvolvido um planejamento de ações para o próximo ano. (Fotos: Amanda Eduarda)

Lançamento experimental de água no córrego do Bugre

Em 2002, com o rebaixamento do nível d’água na Mina do Pico, em Itabirito, houve uma redução na vazão do córrego do Bugre, até a interrupção do fluxo, em maio de 2003. A partir da condicionante nº 6 da portaria 3222/2004 do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), a Vale ficou responsável por manter a vazão mínima de 2,6 l/s, com água proveniente do bombeamento dos poços tubulares. A média de reposição de 2017/2018 é de 3,6 l/s. Veja a média dos outros anos.

Hidrogeólogo da Vale, Evandro Benevides apresentou na reunião desta quinta os resultados do lançamento experimental de água no córrego do Bugre. Segundo ele, foi identificado que a reposição de água no ponto mais a montante do Córrego do Bugre não teve resultado na manutenção de água do córrego a jusante. “Na sessão geológica da área, o nível d’água já está em uma cota mais baixa nesta região, toda a água lançada neste ponto infiltrou no solo e não chegou a alcançar mais de dois metros do local de lançamento”, declarou.

Uma visita ao local foi solicitada pelos membros do Subcomitê para ver a realidade das nascentes e como deverá ser os próximos testes de lançamentos. Para a coordenadora do Subcomitê Rio Itabirito, Heloísa França, os testes são realizados para buscar a preservação do ecossistema, assim, é essencial a interação dos conselheiros com a empresa. “Com a informação da expansão da cava, é importante lançar água do rebaixamento no limite para reposição da nascente do córrego do Bugre. A manutenção e conservação de cada peça do ecossistema é fundamental para a bacia hidrográfica. Nesse momento a visita em campo por membros do Subcomitê e a empresa será essencial para reconhecimento in loco da realidade da nascente e resultados dos próximos testes de lançamento”, ressaltou.

As atividades do ano terminaram com uma confraternização entre os conselheiros e convidados, promovida pela conselheira Celinha, representante da Associação Comunitária de Ribeirão do Eixo.


Veja as fotos da reunião:

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O território

A Unidade Territorial Estratégica (UTE) Rio Itabirito localiza-se no Alto Rio das Velhas, possui uma área de 541,58 km² composta pelos municípios de Itabirito, Ouro Preto e Rio Acima. A Unidade tem uma população de aproximadamente 32 mil habitantes. O município de maior porte populacional é Itabirito, que concentra 90,1% do total. Os rios principais são o Rio Itabirito, Ribeirão Mata Porcos e Ribeirão do Silva, com extensão de 73 Km dentro da área delimitada para a Unidade Territorial.

 


Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

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