No município de Curvelo, pertencente à UTE (Unidade Territorial Estratégica) Santo Antônio-Maquiné, uma parceria entre diversos setores atuantes na região está viabilizando a construção de dezenas de cacimbas em toda zona rural do município. As chamadas “barraginhas” visam armazenar a água das chuvas e os sedimentos carregados por ela, propiciando aumento no abastecimento do lençol freático e facilitando a conservação de nascentes.

Até o momento foram construídas mais de 90 barraginhas, mas o objetivo é que se tenha mais de 3 mil em todo o município. A ideia do projeto é simples: a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais) oferece o conhecimento técnico, definindo sobretudo a localização das barraginhas, a prefeitura entra com as máquinas e com o operador, e os proprietários rurais arcam com os custos de combustível necessários. “Os benefícios para o terreno que recebe a barraginha e para a região como um todo são inúmeros. A ideia é permitir o reabastecimento do lençol freático, dificultar o carreamento de sedimentos às nascentes e córregos e inibir seu assoreamento, além de melhorar as condições do terreno para plantio, uma vez que o solo ficará mais úmido”, afirma o extensionista agropecuário da Emater, Jairo Lopes de Souza.

Dentre as entidades que lideram esse processo estão o Subcomitê de Bacia Hidrográfica (SCBH) Santo Antônio-Maquiné, a prefeitura municipal, a Emater-MG, o CMDRS (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável), o Sindicato Rural de Curvelo e a Arpa (Associação Regional de Proteção Ambiental da Comarca de Curvelo).

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Barraginhas em construção em Curvelo. Objetivo é construir 3 mil em todo o município. (Fotos: Emater-MG)

A ideia é que as barraginhas de cada terreno sejam interligadas, de modo que as chuvas que caem encham cada estrutura de cima para baixo. A tecnologia, além de aumentar a disponibilidade de água na região, preserva o terreno, já que, ao conter as enxurradas, evita erosão.

Atenção também com as nascentes

O coordenador-geral do SCBH Santo Antônio-Maquiné, Vicente Silva, conta que as ações de conservação das águas no município não param por aí. Segundo ele, o foco agora é a preservação das nascentes, especialmente as localizadas em zona urbana. “Estamos esperando um recurso para promover a recomposição de mata ciliar das nascentes. Iremos também oferecer um curso de recuperação de nascentes, possivelmente em maio, em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)”, conta. Ainda segundo Silva, a ideia é catalogar todas as nascentes do município para futuramente promoverem a sua revitalização.

A UTE Santo Antônio-Maquiné localiza-se no Médio Baixo Rio das Velhas e é composta pelos municípios de Curvelo e Inimutaba. A unidade ocupa uma área de 1.336,82 km² e possui 25.047 habitantes. Os principais cursos d’água da região são o Ribeirão Maquiné, com extensão de 90,45 quilômetros, Córrego Santo Antônio, com aproximadamente 25 km passando pela cidade de Curvelo e o Córrego Riacho Fundo.


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Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

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