O Grupo de Trabalho que discute o esgotamento sanitário do distrito da Serra do Cipó, no município de Santana do Riacho, esteve reunido, na última sexta-feira (23), na sede do Comitê da Bacia Hidrográfica Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), em Belo Horizonte. Com presença do presidente da entidade, Marcus Vinícius Polignano, e de representantes da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), ARSAE (Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais), Agência Peixe Vivo e Subcomitê Rio Cipó, as discussões giraram em torno da fossa piloto já construída na localidade e das próximas etapas que virão para a efetivação do modelo de esgotamento estático na região.

Conforme acordo mediado pelo CBH Rio das Velhas, em setembro de 2017, a Copasa, detentora da concessão para prestação dos serviços de tratamento de esgotos em Santana do Riacho, deverá adotar o modelo de esgotamento em nível local, individual ou para poucas residências, tendo em vista que o sistema dinâmico e coletivo, ao qual se intercepta, coleta e direciona para uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), não pode ser aplicado na região. Essa premissa se dá pelo fato de o Rio Cipó ser um curso d’água de Classe Especial (enquadramento legal que atesta a excelente qualidade das águas e, por isso, impõe padrões mais restritivos de uso) e, por isso, ele é impedido de receber efluentes de uma ETE – que são as águas resultantes do processo de tratamento.

Durante a reunião desta sexta-feira, o gerente regional da companhia, José Cláudio Ramos, apresentou os resultados que a empresa obteve durante visita aos imóveis do distrito – mais de 1.300, em sua maioria residenciais. Sobre a fossa piloto construída em um desses imóveis, ele explicou que o material usado foi polipropileno, que tem capacidade para atender uma residência com seis pessoas. “O sistema irá tratar todos os efluentes gerados na residência e não apenas os efluentes do vaso sanitário. Por se tratar do primeiro projeto utilizamos fossa-filtro da Empresa Diclorina e o material é o polipropileno” explicou.  

Foi ressaltado por ele que o custo para a instalação da fossa foi de R$ 8,5 mil, mas é possível substituir os materiais por fibra de vidro, sendo mais barato para a implantação dos restantes dos 43 projetos que serão arcados pelo CBH Rio das Velhas.

Agora é necessário esperar os resultados das amostras, que duram em torno de 20 a 30 dias, para saber se esse projeto será suficiente para agir como uma mini ETE.  A Copasa descartou a possibilidade de instalação de fossas de bombonas – o dimensionamento do sistema é insuficiente para tratamento adequado dos efluentes e não há Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para a compra de bombonas com esta finalidade. Descartou também sistemas feitos com concreto, devido à corrosibilidade, difícil execução e difícil manutenção.

Os membros concordaram que para a continuação das instalações é necessário ter um levantamento da situação dos maiores produtores de efluentes (comerciários), entender onde está a caixa de esgoto desses estabelecimentos e instalar a fossa séptica com a quantidade ideal para captar esse resíduo. Sendo assim, ficou acordado que a Copasa vai reunir essas informações até a segunda semana de janeiro, quando será a próxima reunião.

Para o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, é necessário uma mobilização para que a população veja o Rio Cipó na categoria que ele é, especial. “As pessoas precisam entender a classe especial do Rio Cipó e ter o entendimento da importância do direcionamento correto dos efluentes”, declarou.

Sobre o monitoramento da qualidade da água em cisternas e em pontos do Rio Cipó, José Cláudio, apresentou mapa onde se encontra todas as seis cisternas e confirmou que o monitoramento continua de forma mensal.

Veja as fotos da reunião:

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Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

 

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