Ser mulher é sinônimo de força, determinação e coragem. Tão especiais e, no entanto, muitas vezes subestimadas! As mulheres vêm sofrendo com opressões e desigualdades desde o início dos tempos, sendo personagens de uma luta constante em busca de seus direitos. No dia 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data especial para lembrar suas conquistas políticas e sociais por igualdade de direitos e oportunidades.
Com o objetivo de mostrar o importante papel da mulher na sociedade, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) entrevistou Heloísa Cristina França Cavallieri, atuante no Comitê desde 2011. A entrevistada é gerente técnica no Serviço Autônomo de Saneamento Básico de Itabirito (SAAE Itabirito), sendo responsável pela gestão de todos os setores técnicos da autarquia (água, esgoto, drenagem, engenharia, elétrica, Centro de Controle Operacional e Sistemas de Tratamento de Água e Esgoto).
Heloísa é graduada em Ciências Biológicas pela (UFOP) Universidade Federal de Ouro Preto e especialista em Meio Ambiente e Saneamento Ambiental Aplicado pela Universidade FUMEC. Também é mestre em Engenharia Ambiental/ProAmb pela UFOP, na área de concentração Saneamento Ambiental.
1) Conte-nos um pouco da sua trajetória até se tornar defensora do meio ambiente.
O início do meu interesse pela área ambiental se deu ainda em 2006, ao cursar a disciplina de saneamento ambiental na graduação e estar no início da carreira profissional, trabalhando na vigilância sanitária e ambiental, executando também algumas atividades relacionadas ao controle de qualidade da água. Desde então, segui a academia buscando sempre conhecimentos na área ambiental, onde iniciei os estudos da especialização e também do mestrado.
A oportunidade de trabalhar com educação ambiental nas escolas dentro da autarquia de saneamento de Itabirito (SAAE) foi fundamental. Nestes trabalhos tive o prazer de conhecer a realidade de cada comunidade escolar, assim como dos alunos e, sem contar, todo o sistema operado pelo SAAE e suas peculiaridades e dificuldades. Infinitas foram as visitas técnicas, palestras e momentos de aprendizados e ensinamentos que proporcionei aos públicos que buscavam as estruturas do SAAE não apenas para conhecimento das áreas técnicas.
Dessa forma iniciei a participação no Subcomitê do Rio Itabirito, sempre discutindo os interesses da bacia hidrográfica, buscando a preservação e o desenvolvimento sustentável das regiões, uma vez que trabalhando no SAAE entendo que a manutenção dos recursos hídricos em volume e qualidade sejam intrínsecos para a atividade desenvolvida.
Não muito mais tarde, o SAAE de Itabirito foi ganhando espaço para as representações em grupos e conselhos representado pela minha atuação técnica, sendo que hoje coordeno o Subcomitê Itabirito e participo como membro atuante dos Subcomitês Nascentes e Águas da Moeda, CBH Rio das Velhas, CBH Rio São Francisco, Câmaras Técnicas do CBH Rio das Velhas, Conselho de Saneamento de Itabirito e de Ouro Preto, Conselhos das Unidades de Conservação da região de Itabirito e Codema de Itabirito.
2) Na sua opinião, qual é o papel da mulher na defesa e preservação do meio ambiente?
A mulher, considerada por muitos o sexo frágil, tem ganhado há anos seu lugar na luta por direitos, espaço e igualdade. Muitas vezes relacionada à natureza por ser frágil tanto quanto, a mulher passou a ser peça fundamental na luta pela preservação, conservação e recuperação ambiental. Acredito que por sua forma humana de pensar, pela naturalidade em agir considerando sempre o bem melhor ao próximo, as mulheres se tornaram essenciais dentro dos movimentos ambientais, independente do objetivo específico que este possui.
3) Você já encontrou alguma dificuldade profissional por ser mulher?
Com certeza no início da minha participação nos Conselhos e Comitês senti tamanha resistência de vários conselheiros. Alguns por serem mais velhos tanto em idade quanto em tempo de atuação nestes grupos. Outros por eu ser mulher e, à época, bem mais nova.
Sentia que representar uma autarquia municipal frente a tantas empresas ou órgãos de grande porte também levavam alguns membros a não se sentirem confortáveis à minha participação. Mas não ir às reuniões ou mesmo não me pronunciar nessas, nunca fez parte dos meus pensamentos. Além de que todos os chefes que tive depositaram em mim confiança para representar o SAAE externamente, defendendo os interesses da empresa, e também ambientais.
Poucas foram as oportunidades nas quais eu tinha abertura para me posicionar durante as reuniões, mas com o tempo fui tomando meu espaço, demonstrando minha capacidade técnica e conhecimento.
4) O que te inspira na luta pelo meio ambiente?
Sempre fui muito observadora e consigo somar posicionamentos, dedicações, posturas e capacidades. Uso dessa minha percepção para saber, em qualquer situação, como prosseguir e também como não agir.
Ao participar de vários grupos por tanto tempo, posso dizer que absorvi algo de cada um e hoje desempenho minha função no SAAE e em todos os grupos que o represento com propriedade.
5) Heloísa por Heloísa. Se defina!
Sou uma pessoa que se dedica ao máximo em todas as atividades que tenho que desenvolver. Quando me falta conhecimento, não há barreiras que me faça buscar por ele. Quando me sobra parte desse conhecimento, não guardo só pra mim, faço questão de compartilhar.
É natural ajudar a todos que precisam independente como, quando ou o quê. De personalidade forte, não tão organizada quanto deveria, às vezes há um ar de descontração, mas há quem diga que a seriedade e o comprometimento se destacam no meu dia-a-dia.
Sonhos tenho muitos, metas traço várias, mas nada como um dia após o outro!
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto : Luiza Baggio
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