Manancial que abastece região metropolitana de BH pode sofrer restrição de uso em breve
Redação: Angélica Diniz
Foto: Lincon Zarbietti
A vazão do rio das Velhas na região metropolitana de Belo Horizonte atingiu nesta sexta 14,2 m³ por segundo, o menor volume dos últimos cinco meses, podendo agravar com o início do período de estiagem. A menor vazão registrada até hoje foi de 7,82 m³ por segundo, em 22 de janeiro deste ano. O manancial é responsável por 60% das águas que chegam às torneiras da população da capital. Há exatos 30 dias, o trecho na estação Honório Bicalho, em Nova Lima, entrou em estado de atenção e, agora, caminha rapidamente para o estado de alerta, um estágio antes da restrição hídrica – como se encontram, desde abril, os reservatórios do Sistema Paraopeba. Outros dois trechos do Velhas também caracterizam Estado de Atenção: as estações Jequitibá e Santo Hipólito.
Antes de atingir níveis ainda mais preocupantes, o alerta sobre a situação crítica do Velhas já foi dado pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). “Há cerca de 20 dias, comuniquei ao Igam que estamos chegando a uma situação delicada no Alto Rio das Velhas. Alertei para a urgência em se adotar um plano de contingenciamento de outorgas, porque já existe um conflito de uso nesse trecho”, afirmou o gestor, que ainda destacou: “até hoje, estou esperando uma posição do órgão”.
Restrição.Segundo o monitoramento das bacias hidrográficas, atualizado nesta sexta pelo Igam, subiu para dez o número de trechos em situação de atenção no Estado. A redução de vazão se agravou no rio Piranga, onde o trecho em Ponte Nova entrou em Estado de Alerta. Por enquanto, o Estado de Restrição aplica-se somente a Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores.
A preocupação de Polignano é com o fato de que, para se decretar a restrição no Velhas, a vazão deve estar com um volume extremamente baixo, igual ou inferior a 7,18 m³ por segundo, o que, para ele, é deixar o rio quase sem água. “O rio das Velhas é um forte, porque mesmo com todo o processo de degradação, ainda consegue fornecer água nessas condições”, defendeu.
Na Grande BH, o principal usuário do Velhas é a Copasa, seguida de mineradoras e outros empreendimentos. A companhia de abastecimento informou que retira atualmente 6,7 m³ por segundo do manancial. Esse volume, segundo a Copasa, não deve ser reduzido, mesmo se decretado estado de escassez hídrica. “O volume outorgado é 8,77 ³ por segundo. Dessa forma, os valores atualmente captados já atendem à definição.
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