Em setembro do ano passado, o Instituto Espinhaço formalizou seus compromissos de conservação e recuperação da bacia com a assinatura do Termo de Adesão ao Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’ – pacto celebrado entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e diversos atores parceiros, que estabelece o compromisso por uma atuação sistêmica e coordenada com vistas a alcançar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade.
Passados pouco menos de um ano da celebração dessa parceria, os resultados são animadores: 270 mil mudas de espécies nativas da região já foram plantadas em 150 hectares de áreas degradadas da bacia do Rio das Velhas, o equivalente a 210 campos de futebol. “A parceria com o Comitê via Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’ é importante porque soma esforços para uma finalidade específica, que é a recuperação de áreas degradas, de nascentes e de áreas ripárias e de recarga. Acima de tudo, quando a gente planta árvores, a gente cuida de pessoas”, destacou o diretor administrativo e de operações do instituto, Felipe Xavier.
A inserção da entidade ao Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’ se dá por meio do Projeto ‘Plantando o Futuro – Semeando Floresta, Colhendo Águas na Serra do Espinhaço’, iniciativa que visa o plantio de 3 milhões de árvores – 1 milhão delas somente na Bacia do Rio das Velhas – para a recuperação de 40 mil nascentes, 6 mil hectares de mata ciliar e 2 mil hectares de áreas degradadas, até o início de 2019.
Os trabalhos do Instituto Espinhaço incluem a produção, plantio e monitoramento das mudas, mas não preveem o cercamento dessas áreas. As parcerias, como a realizada com o CBH Rio das Velhas, especialmente na indicação de áreas degradas e que possuam o devido cercamento, são fundamentais nesse sentido. “Dentro da sua estratégia institucional, o Instituto Espinhaço procura as instituições e programas que desenvolvem o mesmo papel no território. E, obviamente, o CBH Rio das Velhas, que tem uma grande envergadura e histórico de atuação, é um parceiro estratégico. A partir daí, nós unimos os esforços em prol de uma questão objetiva que é a recuperação de áreas na bacia do Rio das Velhas”, explicou Xavier.
22 municípios da bacia são atendidos pelo projeto: Augusto de Lima, Buenópolis, Caeté, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Datas, Gouveia, Itabirito, Jaboticatubas, Monjolos, Nova Lima, Nova União, Ouro Preto, Presidente Juscelino, Presidente Kubitschek, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santana de Pirapama, Santana do Riacho, Santo Hipólito, Taquaraçu de Minas.
Em cima, o diretor do Instituto Espinhaço, Felipe Xavier (à esquerda), e o coordenador do Subcomitê Rio Curimataí, Valmir Barral (à direita). Em baixo, um dos viveiros da entidade que atende à bacia do Velhas, em Itabira. Créditos: Bianca Aun e Fernando Piancastelli.
Coordenador do Subcomitê Rio Curimataí, Valmir Barral acompanhou de perto os trabalhos nas cidades de Buenópolis e Augusto de Lima, no Baixo Rio das Velhas. Ele contou que a receptividade dos proprietários de terra rurais foi muito boa e que espera inúmeros benefícios, não somente restritos à região. “O ganho ambiental será enorme, pois vai permitir o sequestro de carbono, recuperação de áreas degradadas e o aumento da permeabilidade do solo”, disse.
Em Presidente Juscelino, no Médio Baixo Rio das Velhas, somente nas terras do produtor rural José Luiz Mendes foram plantadas quase 3.500 mudas em 5,95 hectares. Ele também se mostra esperançoso que o reflorestamento e a recuperação de áreas modifique as condições ambientais locais. “Fiquei muito satisfeito em participar do projeto. Espero que haja uma melhoria na qualidade das terras e um aumento no volume das águas”, frisou.
Os trabalhos do Instituto Espinhaço também incluem ações de mobilização social e educação ambiental com as comunidades próximas, além do monitoramento técnico das áreas plantadas. A efetividade de pegamento do que é semeado é de 82%.
O Instituto Espinhaço – Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental é uma ONG (Organização Não-Governamental) sem fins lucrativos, que atua com projetos estratégicos de desenvolvimento sustentável no território brasileiro. O Instituto possui mais de 70 membros, em seis estados brasileiros (MG, DF, RJ, SP, RS, GO) e em nove países, além do Brasil: Suíça, Alemanha, França, Portugal, Estados Unidos, Espanha, Índia, China e Itália.
O projeto ‘Plantando o Futuro – Semeando Floresta, Colhendo Águas na Serra do Espinhaço’ é coordenado pela Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), em cooperação com as Secretarias de Estado e estruturas vinculadas ao Governo do Estado. A iniciativa foi idealizada com o propósito de promover práticas inovadoras de restauração de paisagens florestais e conservação ambiental, em apoio ao desafio assumido pelo Brasil de restaurar e reflorestar, até o ano de 2030, 12 milhões de hectares de florestas nativas, como parte da meta brasileira de redução de emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para minimizar os efeitos da alteração climática no planeta.
Veja mais fotos do viveiro do Instituto e das áreas recuperadas na bacia do Velhas:
Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’
O Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’ é um pacto firmado entre o CBH Rio das Velhas, a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), prefeituras integrantes da bacia e o Governo do Estado, por meio da SEMAD (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), em prol da conservação e revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas.
O programa estabelece o compromisso por uma atuação sistêmica e coordenada de vários atores com vistas a alcançar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade, visando garantir os múltiplos usos da água e a segurança hídrica da bacia do Rio das Velhas, especialmente da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Para impulsionar as ações, serão utilizados os recursos financeiros provenientes da cobrança pelo uso dos recursos hídricos. Até 2020, serão investidos pelo CBH Rio das Velhas cerca de R$ 50 milhões no Programa. Porém, como essa quantia não será suficiente para a execução de todas as ações propostas, a consolidação das parcerias – como a celebrada com o Instituto Espinhaço – torna-se fundamental.
Três focos principais de atuação definem o programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’: melhoria da qualidade da água e redução da poluição/tratamento de esgotos, conservação e produção de água, e gestão ambiental e participação social.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br
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