Vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), o Subcomitê Guaicuí se reuniu na última terça-feira (2), na Secretaria Municipal de Educação e Meio Ambiente de Várzea da Palma. No encontro, os participantes debateram e acertaram detalhes do texto base do Plano de Manejo da Serra do Cabral, que o Comitê irá elaborar com os recursos da Cobrança pelo Uso da Água.

Assessora técnica da Agência Peixe Vivo, Jacqueline Evangelista explicou, ao início da reunião, qual a utilidade deste documento. “Plano de Manejo é um texto técnico, um relatório no qual, embasados nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação (UC), se cria normas que devem nortear o uso da área e o manejo dos recursos naturais. Nele se estabelece o zoneamento, que define quais áreas dentro da unidade podem ser utilizadas e para quais usos. É o principal instrumento de planejamento e gestão das UCs”, falou.

Ainda segundo ela, este plano é importante para a cidade e também para as comunidades que estão na área de abrangência da serra, pois com a gestão correta da UC é possível explorar os recursos naturais de forma sustentável. “Como é uma APA (Área de Proteção Ambiental), que é considerada uma UC de uso sustentável, ela não é tão restritiva quanto à utilização, então podem ser feitas atividades produtivas em determinadas áreas, enquanto outras devem ficar protegidas”, esclarece.

A técnica fala ainda que os desafios são muitos, principalmente pelo tamanho da área, por se tratar de duas unidades de conservação distintas e também pela real efetivação do plano. “São duas unidades criadas em nível municipal. Temos a APA Serra do Cabral do município de Várzea da Palma e a APA Serra do Cabral de Lassance, sendo esta última a maior área, ou seja, o desafio para sua gestão é grande. Então, cabe as prefeituras, que criaram essas UCs, colocarem essas ações propostas em prática. Tirar o plano do papel”, pontuou Jacqueline.

Para o gestor da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Várzea da Palma, Valdeoclides Ferreira, o Plano de Manejo fortalecerá o trabalho sustentável nas áreas e beneficiará a população. “Temos uma área muito grande, entre os municípios de Várzea da Palma e Lassance. Nosso objetivo é integrar essas duas APAs e trazer muitos benefícios aos moradores e circunvizinhos. Colocaremos em prática um projeto de capacitação que atenderá todos os sitiantes. Dessa forma, mostraremos a importância da UC e o significado de uma APA. Para isso, contamos com a colaboração do CBH Velhas e da Agência Peixe Vivo, parceiros fortes desta jornada”, comentou Ferreira.

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Barraginhas

Na mesma reunião, o engenheiro agrônomo da Fortal Engenharia, Jorge Olavo Souza Mattos, apresentou um resumo e fotos do Projeto Hidroambiental Proteção das Águas do Cabral, que está finalizando a escavação de barraginhas na sub-bacia do Bananal.

Essas pequenas bacias em formato de prato ou meia lua, mais conhecidas como barraginhas, beneficiarão as comunidades no período de seca prolongada, pois têm o intuito de captar e segurar as águas de enxurradas, controlando a erosão e guardando a água no subsolo, para ser liberada aos poucos, com o objetivo de alimentar as nascentes. “Ao todo foram construídas 374 barraginhas, que beneficiarão mais de 100 famílias nas comunidades de Bananal de Cima, Bananal de Baixo e Riacho Magro. O próximo passo é a realização de um seminário com todos os envolvidos, para explicar, entre outras coisas, como é feita a manutenção dessas barragens”, disse Mattos.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Tiago Rodrigues
Fotos: Tiago Rodrigues

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