O livro Rios Invisíveis da Metrópole Mineira aborda o processo de desenvolvimento, de urbanização e requalificação do espaço de Belo Horizonte. A obra faz uma reflexão sobre como os elementos naturais foram afastados do convívio e como ainda pode ser reinserido na vida da sociedade.

Sob esse tema, no dia 29 de novembro, às 10h, durante o III Encontro Internacional de Revitalização de Rios e o I Encontro das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais, Alessandro Borsagli, autor da obra irá falar sobre as mudanças ocorridas no espaço e na paisagem urbana de Belo Horizonte, desde a fundação do arraial do Curral del Rey, no século XVIII, passando pela construção da nova capital no final do século XIX até os dias atuais.

Rios Invisíveis da Metrópole Mineira – A região central (primitivamente denominada bairro comercial) de Belo Horizonte se encontra inserida nas microbacias dos córregos do Leitão, Acaba Mundo e Serra, integrantes da bacia do Ribeirão Arrudas, zona prioritária para o poder público para a instalação e manutenção dos equipamentos urbanos necessários para o funcionamento da cidade e dos espaços públicos. A zona suburbana, a “cidade real” receberia maior atenção do poder público somente a partir da segunda metade da década de 1920.

Apesar de Belo Horizonte ter sido conhecida pelo seu clima ameno e pela quantidade de matas, nascentes, riachos e córregos, uma verdadeira “Cidade Vergel”, essa visão bucólica dos cursos d’água completamente limpos nas primeiras décadas de existência da capital mineira é desconhecida por grande parte da população atual. A grave situação sanitária que assolou a cidade desde a sua inauguração, na qual o Arrudas e os seus afluentes já recebiam considerável quantidade de esgotos domésticos e das pequenas industrias instaladas na capital deve ser considerada pois, apesar de sempre ter recebido essa nefasta contribuição, eles não estavam mortos e enterrados.

Por muito tempo, a cidade respirou ares interioranos e a captação de esgotos sanou parcialmente o problema na zona planejada, entre o final da década de 1920 e 1950, no qual a população presente conheceu uma cidade atravessada por córregos cristalinos com vida aquática, porém não livres de poluição.

Alessandro Borsagli – é graduado e mestrando em Geografia pela PUC-MG, Alessandro é pesquisador atuante nas áreas relacionadas ao espaço urbano com ênfase em Geografia Urbana e História das Cidades, no que diz respeito ao processo de desenvolvimento, de urbanização e requalificação do espaço. É também autor do site www.curraldelrey.com, destinado à discussão sobre as mudanças ocorridas no espaço e na paisagem urbana de Belo Horizonte

O encontro – O III Encontro Internacional de Revitalização de Rios e o I Encontro das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais objetivam apresentar as melhores experiências sobre a preservação e revitalização de rios no mundo, tanto no campo quanto na cidade – dentro da concepção sistêmica de bacia hidrográfica, evidenciando, ainda, esta realidade no estado de Minas Gerais. O evento, que será realizado no Minascentro, em Belo Horizonte, entre os dias 28 e 30 de novembro, contará com a presença de importantes nomes da academia nacional e internacional, que pesquisam temas sobre a revitalização de rios em todo o mundo. Podem participar das palestras estudantes, gestores públicos, membros de comitês de Bacia Hidrográficas, ONGs, acadêmicos e público em geral.

A inscrição é gratuita e pode ser feita no site: http://2019.cbhvelhas.org.br/encontrointernacional/

Mais informações:
revitaliza@cbhvelhas.org.br

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