Com o intuito de abordar a qualidade e quantidade do Rio Paraúna e de seus afluentes, de criar ações de reconhecimento da região e de conhecer técnicas de saneamento rural, o Subcomitê Rio Paraúna reuniu-se na quarta-feira (02/08), na Câmara Municipal de Congonhas do Norte, em Minas Gerais.

O município de Congonhas do Norte está localizado a aproximadamente 210 km de Belo Horizonte e insere-se no contexto da Unidade Territorial Estratégica (UTE) Rio Paraúna. O município é rico em belezas naturais com a presença de nascentes, cachoeiras, córregos e diversidade de flora e fauna.

Sobre a hidrografia, Cloves Oliveira, conselheiro do Subcomitê Rio Paraúna e representante da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Meio Ambiente de Congonhas do Norte, destaca que a região é um divisor de águas para as bacias hidrográficas dos rios das Velhas e Doce. Também informou que o município conta com quatro principais córregos: Santa Maria, Gabriel, Anastácio e Vicente que abastecem o Ribeirão Congonhas, afluente do Rio Paraúna. Porém, essa rica hidrografia sofre com as consequências do mau uso do solo e com o lançamento de efluentes in natura nos rios.

“As águas da região são de Classe Especial e Classe I, porém são castigadas com impactos ambientais como queimadas, ocupação desordenada e poluição dos rios. Assim, há a necessidade de trabalhar para a solução desses problemas na bacia do Rio Paraúna”, destacou Oliveira.

Para minimizar os impactos nos cursos d’água, Oliveira informou que estão sendo realizadas visitas com alunos de escolas nas cachoeiras do município com o intuito de gerar conhecimento, conscientização ambiental e formação em prol das questões ambientais.

Reconhecendo a bacia do Rio Paraúna

Ainda durante a reunião, Pereira e Carlos Eduardo, conselheiros do Subcomitê falaram sobre a atividade de reconhecimento da bacia do Rio Paraúna que acontecerá a partir de 26 de agosto, durante o Festival de Ecologia de Saberes do Paraúna na comunidade do Capão/Presidente Juscelino.

De acordo com os conselheiros, a atividade tem o objetivo de avaliar a qualidade e quantidade das águas do Rio Paraúna, de avaliar as ações de degradação, de levantar a diversidade de animais silvestres e avaliar a percepção ambiental nas comunidades rurais, escolas públicas e prefeituras municipais da UTE.

Veja as fotos da reunião:

<a href="https://flic.kr/s/aHsm21oUc4" target="_blank">Click to View</a>

Saneamento rural

Na parte da tarde, o Subcomitê reuniu-se para uma visita de campo na comunidade de Extrema, em Congonhas do Norte. Lá os presentes puderam ver o funcionamento da Bacia de Evapotranspiração, conhecida popularmente como “fossa de bananeiras”.

Segundo Alessandra Lopes, bióloga e moradora da comunidade há 8 anos, que levou a tecnologia para o local, informou que já foram construídas 34 bacias em Extrema. “A técnica consiste na construção de uma fossa ecológica, que se destaca por não gerar efluentes e por ser de baixo custo, entre R$300 e R$ 500”. Lopes ainda completa, “o maior benefício da técnica é de possibilitar o tratamento de esgoto na zona rural”.

A Bacia de Evapotranspiração é um sistema fechado de tratamento de água negra, aquela usada na descarga de sanitários convencionais. Este sistema não gera nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático. Nele os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas e a água só sai por evaporação, portanto limpa.

Contraponto – Desde 2009, Lopes desenvolve, por meio de projeto, atividades de educação socioambiental na comunidade de Extrema, como o projeto Contraponto. O objetivo é trazer para as comunidades rurais, técnicas que tornem a vida melhor e mais harmoniosa com o meio ambiente. Além disso, visa a geração de renda e a redução do êxodo rural.

Técnicas de saneamento, modelos de bioconstrução, métodos de produção agrícola e oficinas de capacitação são algumas das atividades desenvolvidas pela iniciativa. As técnicas e modelos advêm da Permacultura, ciência que estuda o design de ambientes humanos sustentáveis.

“O projeto permite o empoderamento dos indivíduos e a valorização dos saberes tradicionais. Assim, a cada curso damos voz à comunidade e trazemos pessoas de fora para valorizar esse conhecimento”, reflete Lopes.

O projeto Contraponto conta a parceria da Prefeitura de Congonhas do Norte e foi incorporado como política pública estratégica pela gestão do município.

Vejas fotos da visita:

<a href="https://flic.kr/s/aHsm5WH7yY" target="_blank">Click to View</a>

Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
comunicacao@cbhvelhas.org.br

Comentários